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Vitimização e fatalidade do crime no discurso polifônico de Ônibus 174
Diogo Azoubel, Josiele Sousa

Última alteração: 2012-08-14

Resumo


RESUMO

 

Quase dez anos depois, o filme documentário Ônibus 174, lançado em 2002 pelo cineasta brasileiro José Padilha, ainda suscita questionamentos em diversas áreas do conhecimento, inclusive na Comunicação. Com duração de 150 minutos, a película retrata o caso do sequestro do Ônibus 174, ocorrido no dia 12 de junho de 2000, no bairro Jardim Botânico, cidade do Rio de Janeiro (RJ). Como protagonista, o menino de origem humilde que, marcado pela sombra do assassinato da própria mãe,  viria a ser conhecido como “Mancha” nas ruas da capital fluminense. Sandro Rosa do Nascimento morreu aos 22 anos e ficou conhecido como o assaltante e usuário de entorpecentes responsável pelas horas de terror acompanhadas em tempo real pela TV em todo o Brasil. Vale destacar que Sandro foi um dos sobreviventes da Chacina da Candelária.

   Este trabalho busca analisar as estratégias discursivas utilizadas na construção de sentidos do documentário Ônibus 174. O filme retrata o sequestro do Ônibus 174. Para esta pesquisa, foram destacados 16 trechos do documentário para a análise do discurso presente na obra cinematográfica que melhor evidenciassem a intencionalidade da direção no uso da polifonia discursiva.  O objetivo principal é avaliar de que forma a polifonia e a interdiscursividade constroem a imagem de Sandro Nascimento, o “Mancha”, como vítima da exclusão social e da violência urbana. Uma das justificativas para a realização deste artigo é a necessidade de entendimento dos processos comunicativos de construção discursiva que compõem os documentários, bem como entender as suas relações com a realidade social, em específico, a brasileira. A conclusão é que o documentário recria sentidos a partir dos depoimentos de entrevistados que constroem a imagem do personagem Sandro do Nascimento como vítima da exclusão social e da violência urbana no Brasil, dando voz aos esquecidos pelas lentes das câmeras.

 

Palavras-chave: filme documentário; ônibus 174, análise do discurso; José Padilha.

 


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