Última alteração: 2019-06-16
Resumo
Resumo O foco é a análise e a compreensão da vivência que demarca intervenções visuais na dinâmica urbana como fenômenos de comunicação e, portanto, processos, agentes provocados/provocadores de transformação.
Palavras Chave: intervenção urbana; espaço público; ação comunicativa.
Apresentação da proposta: A proposta parte da percepção que há, nas intervenções, a busca por comunicação, interação e ação no espaço público com o desígnio de (re)elaborar valores e identidades na sociedade. Parecem constituir-se como sinais, marcas de atuação do individual (ou não) no coletivo da urbe, ocupando-a, ressignificando-a e agindo em seu universo simbólico. O foco é analisar e compreender esses processos como fenômenos de comunicação, inseridos como vivência. Como recorte, as intervenções devem preservar a transgressão como característica, isto é, ocupar o espaço de modo não institucionalizado.
Objetivos: O objetivo geral é compreender as teorias da comunicação, com enfoque no viés da semiótica, para tratar da semiose que caracteriza as intervenções urbanas visuais. Os específicos: compreender a dinâmica relação que constitui as intervenções visuais urbanas como práticas discursivas que resgatam a ato comunicativo em sua essência; fazer registro fotográfico de intervenções em capitais da América Latina; analisar constâncias e variações entre as intervenções; realizar leitura e interpretação de sua semiose; entrevistar grafiteiros, pichadores e habitantes; analisar criticamente a absorção das intervenções pela lógica de consumo.
Procedimentos Metodológicos:
A partir de um aprofundamento conceitual, se procurará conhecer diferentes angulações teóricas, resgatar aspectos históricos e analisar o fenômeno comunicativo que perpassa e constitui grafites e pichações. Na parte empírica, se fará o levantamento fotográfico e a observação da vivência de intervenções em cidades da América Latina. Agregando entrevistas, busca-se aliar a compreensão conceitual ao jogo interpretativo, procurando construir perguntas e elaborar respostas. A principal estrutura de apoio à análise será a semiótica peirceana. A atividade interpretativa deve superar qualquer intento descritivo ou classificatório e estruturar a compreensão do ato comunicativo em si. Logo, o prisma é qualitativo, com bom grau de participação do pesquisador, seja no levantamento fotográfico, na análise da semiose constituinte das intervenções e, inclusive, nas entrevistas.
Referencial Teórico:
A partir do viés norteador de inspiração semiótica peirceana, dialogando e buscando compreender diversas angulações conceituais, julga-se coerente centrar o eixo da reflexão nas noções de circulação de sentidos e semiose social (VERÓN, 1993; FERRARA, 2004; PEIRCE, 2000), fazer é dizer (AUSTIN, 1990), dialogia (BAKHTIN, 1997), ação comunicativa (HABERMAS, 1987), espaço público (SANTOS, 2006); ARENDT, 2004), heterotopia (FOUCAULT, 1999; RUSSI, 2015), comunicação (MARTINO, 2016), extensão (MCLUHAN, 2007), cultura e consumo (BAUDRILLARD, 2003; DEBORD, 1997; CANCLINI, 2013); urbe (SANTOS, 2006; HARVEY, 2004).
Resultados Esperados:
Espera-se fazer levantamento fotográfico de intervenções, a observação dessa vivência, entrevistas com envolvidos e a análise crítica desse fazer comunicativo.
Referências:
ARENDT, Hannah. A condição humana. RJ: forense universitária, 2004.
AUSTIN, John. Quando dizer é fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
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