Portal de Conferências da UnB, I Jornada Discente de Pesquisa em Comunicação - PPGCom FAC/UnB (2017)

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ALÉM DO QUE SE VÊ: PROCESSOS IMAGÉTICOS EM COMUNIDADES DE TERREIROS.
Alan Santos de Oliveira Santos de Oliveira

Última alteração: 2019-06-16

Resumo


Resumo: Historicamente, os terreiros de Candomblé têm constituído em espaços de interesse imagético, devido a processos culturais, estéticos entre outros interesses. Neste trabalho, queremos compreender as relações intricadas que se estabelecem desde o século passado aos dias atuais, evidenciado os processos de aceleração do tempo e de espetacularização também no seio destas comunidades.

Palavras-Chave: Imagem; Candomblé; Contemporaneidade.

Nos espaços e no cotidiano de Terreiros de Candomblé, o tempo se difere daquele praticado na sociedade atual. É o chamado tempo de um grupo considerado “arcaico”. Para a religião do Candomblé, o tempo é circular, com o passado sempre retornando ao presente, há uma valorização da ancestralidade como uma consciência para construir no presente o futuro do grupo e dos indivíduos. Na sociedade contemporânea, ou pós-moderna, o tempo se difunde de forma linear e com alta velocidade, regulada pela lógica capitalista e sua reprodução técnica onde permeiam as imagens sagradas em um processo demasiado e abusivo. Nossa proposta é compreender os contrapontos que se apresentam nestas encruzilhadas, a partir de uma historicidade de imagens que buscam exibir elementos do Candomblé, seja por memória, apropriação, estética, afeto ou espetacularização. Para guiar nossa pesquisa, elencamos o panorama da veiculação de imagens produzidas em espaços sagrados do Candomblé a partir de alguns fotógrafos mais conhecidos que promoveram a exposição de segredos de cultos reservados ou a construção memorial e estética de forma responsável para essas comunidades no século passado. A saber: Pierre Verger, José Medeiros e Mário Cravo Neto entre outros. Em seguida, trataremos de alguns conceitos teóricos, que marcaram os processos de espetacularização das tradições ritualísticas dos cultos afrobrasileiros na atualidade. Este trabalho compreende a concepção de um banco de dados imagéticos para complemento e desenvolvimento de pesquisa com referência aos processos comunicacionais dentro e fora destas comunidades. Alguns aspectos serão pensados tais como poéticas da imagem, circularidades, memória e identidade e sociedade do espetáculo. Para concluir, debateremos os processos de afirmação política e cultural destas comunidades, entre outros motivos que influenciam na constante produção de imagens visuais e audiovisuais, dos espaços e cotidianos de terreiros, além dos processos de intolerância e abjeções contra estas comunidades, em virtude da proliferação destas imagens também nas redes sociais.

REFERÊNCIAS

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