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A COBERTURA DO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF: UMA ANÁLISE DA IMPRENSA NACIONAL E INTERNACIONAL
Carolina Pessoni Ferreira

Última alteração: 2019-06-13

Resumo


Universidade Federal de Goiás (UFG) – Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). Orientador: Magno Medeiros.

Resumo: Esta pesquisa tem como tema a comparação entre as coberturas jornalísticas do processo de impeachment de Dilma Rousseff a partir da análise de conteúdo das coberturas dos sites El País (em português), New York Times, Folha de S. Paulo e O Globo.

Palavras-chave: impeachment; Dilma Rousseff; cobertura jornalística; enquadramento; análise de conteúdo.

Apresentação da proposta

A questão inicial da pesquisa surgiu a partir da observação da cobertura do processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. A partir dessas observações, surgiu o questionamento: Como se deu a diferença de cobertura jornalística do processo de impeachment de Dilma Rousseff no New York Times, El País, Folha de S. Paulo e O Globo? Este problema foi pensado diante da diferença evidente no discurso das imprensas nacional e internacional com relação ao processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. A metodologia utilizada será a análise de conteúdo, a partir dos estudos de Bardin.

Objetivos

Investigar comparativamente como se deu a cobertura jornalística do processo de impeachment de Dilma Rousseff entre os jornais nacionais O Globo e Folha de S. Paulo, e os internacionais El País e New York Times; realizar análise de conteúdo das matérias para identificar o tipo de enquadramento utilizado; identificar os critérios de noticiabilidade que presidiram a escolha e a edição das matérias.

Procedimentos metodológicos

Para a compreensão dos dados apontados pela pesquisa, será usada a análise de conteúdo (AC). Segundo Bardin (2011), a função primordial da análise de conteúdo é desvendar o crítico a partir de um conjunto de instrumentos de cunho metodológico que se aplicam a discursos diversos.

Nesta pesquisa, a análise partirá das coberturas dos sites El País (Espanha - versão brasileira, publicada em português), New York Times (Estados Unidos), Folha de S. Paulo (Brasil) e O Globo (Brasil). O período de estudo da amostra serão as matérias publicadas a partir da aceitação do processo, em 2 de dezembro de 2015, até o encerramento, em 31 de agosto de 2016, a partir dos picos de intensidade de cobertura e assuntos abordados simultaneamente pelos quatro veículos. São eles: abertura do processo de impeachment, semana da votação do relatório do processo na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, semana de julgamento na Câmara dos Deputados, votação do Senado e votação final.

Referencial teórico

Para Kovach e Rosenstiel (2004), mesmo com todas as mudanças nas técnicas, velocidade e natureza de difusão das notícias, uma teoria e uma filosofia permaneceram claras no jornalismo: sua principal finalidade é fornecer aos cidadãos as informações de que necessitam para serem livres e se autogovernar. A imprensa ajuda a definir nossas comunidades e a criar uma linguagem e conhecimentos comuns com base na realidade. O jornalismo também ajuda a identificar os objetivos da comunidade, seus heróis e vilões.

O crescimento da internet só fez crescer o conceito da aplicação do bom senso na decisão do que o cidadão precisa e quer saber para poder se autogovernar. Desta forma, o jornalista não mais decide o que o púbico deve saber, mas o ajuda a organizar as coisas. Na era da internet, o jornalista é atua como um mediador, oferecendo elementos para as discussões.

O conceito do agendamento estipula que a mídia pode não dizer às pessoas como pensar, mas sobre o que pensar. Esta teoria é chamada de framing ou enquadramento, e diz como as pessoas vão pensar sobre os temas enquadrados.

Para Goffman (2012), a experiência de cada indivíduo é resultado de como ele enquadra a realidade que o cerca. A subjetividade e o conjunto de significados que se emprega para a compreensão do mundo são os responsáveis por construir o que é o real para cada pessoa. O quadro, ou frame, é uma estrutura cognitiva que é utilizada de maneira subjetiva por cada indivíduo, com a finalidade de atribuir significados.

As notícias se reconfiguram como recortes subjetivos da realidade, operados pelos jornalistas. Nesse sentido, a frame analysis estuda como o jornalismo constrói seus enquadramentos e quais recursos utiliza para isso.

Resultados esperados

Identificar como ocorrem as diferenças de cobertura entre os quatro veículos analisados.

Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011

GOFFMAN, Erving. Os quadros da experiência social: uma perspectiva de análise. Petrópolis: Editora Vozes. 2012.

KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom. Os elementos do jornalismo. 2 ed. São Paulo: Geração Editorial, 2004.

LAGE, Nilson. Ideologia e técnica da notícia. 3 ed. Florianópolis: Insular, 2001.