Portal de Conferências da UnB, I Jornada Discente de Pesquisa em Comunicação - PPGCom FAC/UnB (2017)

Tamanho da fonte: 
A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO
Aryclennys Silva Sousa

Última alteração: 2019-06-13

Resumo


Mestrando em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás PPGCOM - UFG - Brasil. Graduado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Pesquisador do Laboratório de Leitura Crítica da Mídia.

Resumo: Ralé! Esta é a palavra que define a representação social do negro no jornal Folha de S. Paulo, publicadas no Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro de 2015. A pesquisa avaliou notícias, baseando-se no método Análise de Discurso (AD). Palavras-chaves: negro; representações sociais; poder; cidadania; mídia impressa.

Introdução

Buscando identificar a representação social do negro nas páginas do jornal Folha de S. Paulo, na publicação do Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro de 2015. O artigo demonstra as relações de poder que marcam a representação social do negro e assimilar as diferenças sociais, que definem a estratificação social da população brasileira.

Objetivos

  1. Identificar, analisar e maperar a contextualização dos negros nas matérias, durante o Dia da Consciência Negra; 2. Identificar as diferentes representações dos negros utilizados como personagens e as formas de abordagem; 3. Identificar as ideias mais recorrentes pelo jornal como motivo para abordar a temática do negro e as suas interpretações.

Procedimentos metodológicos

A metodologia é arranjada por uma pesquisa qualitativa com base em Flick (2009) e composto por uma pesquisa bibliográfica fundamentada na visão de Gil (2002). A pesquisa utiliza-se do método de Análise de Discurso (AD) sobre a concepção de Orlandi (2001).

Referêncial Teórico

Nota-se que no material analisado que o negro possui o sentido de: boa mão de obra, um objeto, não pertence ao Brasil, o culpado por existir o preconceito e racismo, um problemático, o malandro, o vagabundo, o preguiçoso, um fracassado, o relaxado, o incompetente, o inútil, o revoltado, o incapaz, o negligente, o distraído, o medíocre, um xexelento, o bandido, o desonesto, um marginal, um miserável, a ralé da sociedade.

Resultados

Existe um poder, um sistema de opressão que organiza a sociedade, oprime o negro e é capaz de definir quem é cidadão, realiza a estratificação social, viola direito e segrega, impondo a subcidadania e subalternidade para toda a população negra brasileira.

Referências

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva. (Org.). Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p. 25-58.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil S.A, 1989.

DIJK, Teun A. Van. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2015.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre, Artmed, 2009.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º Ed. São Paulo: Atlas Editora, 2002.

JESUS, Camila Moreira de. Braquitude x Branquidade: uma análise conceitual do ser branco. In.: Anais do III Encontro Baiano de Estudos Culturais, 2012.

JODELET, Denise. As Representações Sociais. Tradução: Lílian Ulup. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.

LIMA, Marcus Eugênio Oliveira; VALA, Jorge. Sucesso Social, Branqueamento e Racismo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, Vol. 20 n. 1, Jan-Abr. p. 011-019. 2004.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 2002, p. 9-29.

MOSCOVICI, Serge. A representação social da psicanálise. Tradução de Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global Editora, 2006.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

NOGUEIRA, Isildinha B. O corpo da mulher negra. Encontro Sul-Americano dos Estados Gerais da Psicanálise. São Paulo, 1999, p. 40 a 45.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos. São Paulo: Pontes, 2001.

PIZA, Edith. Branco no Brasil? Ninguém sabe, ninguém viu. In: GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo; HUNTLEY, Lynn. (Orgs.). Tirando a máscara: ensaios sobre o racismo no Brasil. SãoPaulo: Paz e Terra, 2000, p. 97 a 125.

ROSA, Walter. Observando uma masculinidade subalterna: homens negros em uma “democracia racial”. Trabalho apresentado no ST 18 A questão racial no Brasil e as relações de gênero O Seminário Internacional Fazendo Gênero 7: Gênero e Preconceitos, UFSC, 28, 29 e 30 de agosto de 2006.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2012.

SILVA, Ana Célia da. Branqueamento e branquitude: conceitos básicos na formação da alteridade. In: NASCIMENTO, A. D.; HRTKOWSKI, T. (Orgs.). Memória e formação de professores. Salvador: EDUFBA, 2007

SOUSA, Neusa Santos. Tornar-se negro: As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro. Editora Graall, Vol. 4, 1983.

SOUZA, Jessé. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

SPIVAK, Guardo Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

VALA. Jorge. Racismo: Representações sociais, preconceito racial e pressões normativas. Revista Online Partilhada, vol. 22, 2013.