Última alteração: 2022-12-28
Resumo
Instituição: UnB - PIBIC-AF Orientador: MARIA DE NAZARETH RODRIGUES MALCHER DE OLIVEIRA SILVA
Resumo
Introdução: A pandemia de COVID-19, desde fins de 2019 tem demonstrado ser um grave problema de saúde pública, com expressivas taxas de mortalidade e também de morbidade na população, configurando-se como um dos maiores desafios sanitários do século. Por consequência, houve maior demanda para os profissionais da saúde na assistência e na reabilitação, com superlotação em hospitais e sobrecarga dos trabalhadores da saúde, que foram expostos diariamente ao vírus e também a diversas emoções e vulnerabilidades psicossociais, como por exemplo: esgotamento físico e psicológico devido a longas jornadas de trabalho, problemas de infraestrutura, carência de equipamentos de proteção individual e demandas de alta complexidade. Metodologia: Pesquisa empírica, de corte transversal, com metodologia misto descritiva (estratégia quantitativa e qualitativa). O estudo foi desenvolvido em 4 etapas: (1) levantamento bibliográfico a respeito da temática; (2) seleção de participantes profissionais de saúde na amostra da pesquisa principal; (3) aplicação de um formulário online com perguntas semiestruturadas voltadas às mudanças no ambiente de trabalho durante a pandemia, conhecer os principais sentimentos, aspectos físicos e psicológicos atrelados às mudanças que ocorreram durante esse período de pandemia, além de abordar qual a percepção dos profissionais de saúde sobre o momento enfrentado; (4) análise quantitativa de frequência numérica e qualitativa por meio da análise dos discursos, baseado na fenomenologia da linguagem. Resultados: Dentre os 231 colaboradores da pesquisa principal, 35 são profissionais de saúde. Dentre a amostra dos profissionais de saúde, tivemos 6 colaboradores que participaram da segunda fase do estudo. Com relação às mudanças e alterações na saúde física e psicológica em virtude da atuação na pandemia de COVID-19, houveram relatos de estresse, ansiedade e medo, que por sua vez, repercutiram diretamente na saúde física e emocional dos profissionais, conforme citado por eles: cansaço excessivo, dores na coluna, lesão por movimentos repetitivos. As narrativas também demonstraram testagem positiva para COVID-19, dor de estômago e lesões de pele ocasionadas pelos equipamentos de proteção individual. Ao comparar as principais emoções e sentimentos vivenciados, percebese que preocupação e angústia, foram os sentimentos e emoções mais citados nas duas fases do estudo, enquanto algumas outras emoções e sentimentos variaram durante as fases da pesquisa. Discussão/Conclusão: O estudo discorreu sobre o cotidiano dos profissionais de saúde no enfrentamento à pandemia de COVID-19, com a intenção de conhecer suas vivências, dando voz aos profissionais que estiveram frente a frente com o desconhecido num período caótico para a humanidade. A caracterização deste período compreende-se como uma fase de adaptação e de intensas atividades laborais para os profissionais. Mesmo os que não estiveram na “linha de frente” tiveram que se adaptar para este novo cenário. Diante de tais circunstâncias, muitos tiveram sua saúde física e mental afetadas, ainda que de modo temporário, como demonstrado pelos relatos dos colaboradores. Conclui-se que a pandemia ressignificou o modo de trabalho em saúde e alterou o cotidiano dos profissionais de saúde de forma significativa, acarretando mudanças em sua saúde física e emocional e necessidade de investir no cuidado ao cuidador e na saúde pública, que ainda sofre com precarização da mão de obra e de recursos.