Portal de Conferências da UnB, 28º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNB E 19º DO DF

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Alterações Hematológicas na COVID-19: Uma Análise Acerca das Comorbidades e suas Repercussões
ALESSA CLEA REBOUCAS HOLANDA

Última alteração: 2022-12-21

Resumo


Instituição: UnB - PIBIC

Orientador: FLAVIA DIAS XAVIER   Introdução: A COVID-19 ocasionou uma pandemia de importante impacto global, sendo fundamental delinear os fatores que impactam a sua morbimortalidade. Nessa perspectiva, há uma maior predisposição à ocorrência de eventos tromboembólicos arteriais e venosos durante o curso da doença, o que, juntamente com a presença de comorbidades, contribuem para a maior gravidade e mortalidade dos pacientes. Considerando a escassez de estudos que abranjam tal problemática no cenário brasileiro, esse estudo tem por objetivo analisar a relação entre uma série de comorbidades e a presença de eventos tromboembólicos em pacientes com COVID-19 internados no Hospital Universitário  de  Brasília  (HUB),  além  da  associação  dessas  variáveis  com  a  mortalidade. Metodologia: Realizou-se um estudo observacional, retrospectivo, com a inclusão de pacientes adultos com diagnóstico de COVID-19 internados no HUB, no período entre abril de 2020 e novembro de 2021, a partir da análise de registros médicos pelo sistema eletrônico do hospital. A análise envolveu variáveis epidemiológicas quantitativas, como idade e IMC, e categóricas, incluindo a presença de diversas comorbidades. Foram delimitados os grupos: óbito e alta hospitalar, presença e ausência de complicações tromboembólicas durante a internação, sendo estas as variáveis definidas como desfecho do estudo. Realizou-se uma análise estatística dos dados utilizando-se a análise uni e multivariada a partir do programa STATA®12.0, sendo calculados o valor de p, as razões de chance (odds ratio: OR)                   e                    estimados                   os                    intervalos                   de                                                confiança                                  (IC95%). Resultados: Foram incluídos 662 pacientes (470 no grupo alta e 192 no grupo óbito). Comorbidades (OR 1.79, p=0,0432) e eventos tromboembólicos (ETE) (OR 1.70, p=0,0103) correlacionaram-se significativamente com mortalidade, entretanto comorbidades em geral não aumentou a chance de ETE (p=0,21). As comorbidades que se associaram significativamente com mortalidade (p<0,05) foram: doença arterial coronariana (DAC) ou acidente vascular encefálico (AVE) prévios (OR: 1,6), arritmia (OR: 2,8), hepatopatia crônica (OR: 3,4), doença renal crônica (OR: 2,3) e neoplasia hematológica (OR: 3,5). Também foi estatisticamente significante (p<0,05) a relação entre eventos tromboembólicos e obesidade (OR: 0,6), hipertensão (OR: 1,5), cardiopatias (OR: 1,8), ocorrência de ventilação mecânica invasiva (OR: 1,77) e DAC ou AVE prévios (OR: 4,4), sendo esta última a única variável que manteve              correlação               com                 trombose                             após                            a     análise multivariada. Discussão/Conclusão: Apesar das limitações de um estudo retrospectivo, o presente estudo constatou que pacientes com arritmias, histórico de doença arterial coronariana (DAC) ou acidente vascular encefálico (AVE), neoplasias hematológicas, doenças hepáticas e renais crônicas apresentaram maior mortalidade por COVID-19. Além disso, observamos que hipertensão, cardiopatia e DAC ou AVE prévios foram comorbidades relacionadas ao desenvolvimento de eventos tromboembólicos (ETE) na COVID-19, sendo que tais complicações implicaram em maior mortalidade. Assim, esse estudo identificou grupos de risco de morbimortalidade por COVID-19 no cenário brasileiro, o que poderá ser útil no desenvolvimento de estratégias preventivas e terapêuticas.   Colaboradores: Ana Carla Franklin Braga, Angélica Maria Rodrigues França, Filipe Bittencourt Paz de Sousa, Juliana Borges Coelho.  



Palavras-chave


COVID-19; Comorbidades; Trombose; Eventos Tromboembólicos; Mortalidade