Portal de Conferências da UnB, 27º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNB E 18º DO DF

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Movimentos feministas e histórias das mulheres na ciência brasileira
Vitória Ruana do Vale Silva, Letícia Dias de Albuquerque

Última alteração: 2022-02-09

Resumo


Instituição: UCB

Orientador (a): Juliana Ferreira da Silva

 

Resumo:

Introdução O presente texto pretende discutir os processos de exclusão e inclusão das mulheres na ciência, compreendendo o feminismo como um forte elemento para a mudança de um contexto vigente e das relações de gênero que atravessam o ingresso de mulheres na academia. O trabalho propõe uma análise dos meios que têm tornado a ciência um espaço distante das mulheres. Pode-se questionar o lugar que essa ciência ocupa e se é possível pensar atualmente em uma ciência que se dirija às mulheres, fale da mulher e abarque mulheres nos seus processos.

Metodologia Para tal análise foi realizado um estudo historiográfico e documental, em que foram investigados dois periódicos e um anuário, de diferentes períodos históricos no Brasil. São fontes deste ensaio o Anuário Estatístico do Distrito Federal (1938-1959), a revista Brasil Feminino (1932-1937) e a revista Mulherio (1981-1988).

 

Resultados O ensaio conclui que o estudo a partir de documentos de diferentes épocas evidencia os discursos que operam em contextos variados no cenário brasileiro e como tais operações produzem permanências e impermanências das mulheres na ciência, discursos estes cujos elementos ainda vigoram no contexto nacional.

 

Discussão/Conclusão Apesar de expressarem diferentes períodos do movimento feminista, as revistas em questão, encontraram grande resistência em um cenário político, econômico e social pautado em condutas e modelos androcêntricos. O texto demonstra que a atuação das mulheres cujas trajetórias foram aqui pesquisadas formam movimentos de deslocamento, quando não a total desconstrução de fronteiras. Os limites entre o que se tinha como “universo feminino”, “lugar de mulher”, “coisas de mulher” são profundamente questionados pela imprensa feminista, que ganha novos enfoques e novas possibilidades com a atuação dessas mulheres. Portanto, as fronteiras que dividem os espaços científicos, a leitura da produção científica, a representação política são reconfigurados e novos embates e novas lutas podem ter lugar.


Palavras-chave


história da ciência, feminismo, mulheres.