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Feminicídio: Como uma sociedade androcêntrica legitima a morte de mulheres por seus parceiros
Letícia Dias Albuquerque

Última alteração: 2021-01-13

Resumo


Orientador (a): Juliana Ferreira da Silva

 

Resumo:

Introdução O artigo discute percursos históricos dos discursos de justificação do feminicídio no Brasil e analisa argumentos que justificam a violência contra a mulher tanto na cobertura midiática de casos criminais de feminicídio, quanto no repertório do pensamento criminológico e das práticas judiciárias brasileiras.

Metodologia A pesquisa utilizou levantamento documental e estudo de caso. Teve como fontes a cobertura midiática de periódicos do Rio de Janeiro do ano de 1930 aos crimes de uxoricídio e fragmentos de um processo criminal.

Resultados Os resultados indicam a presença do discurso de justificação da violência letal intencional contra mulher por meio do julgamento/culpabilização da vítima pela violência sofrida, apoiada na referência à suposta conduta sexual imoral/adúltera da mulher. O estudo do caso demonstra a transformação desse operador discursivo no julgamento da vítima e no julgamento da enfermidade mental, por meio da articulação do discurso médico psiquiátrico da doença mental com a justiça criminal.

Discussão/Conclusão O artigo conclui que o silenciamento das violências letais intencionais contra as mulheres sustenta-se num processo de irresponsabilização a partir do qual a violência praticada pelo homem contra a mulher é normatizada. Tal processo opera não somente em nome de uma suposta defesa da honra, mas também pelo recurso ao prejuízo das faculdades mentais sob o conceito de privação dos sentidos e da inteligência.

 

Colaboradores:


Palavras-chave


feminicídio, gênero, violência, privação dos sentidos e da inteligência