Última alteração: 2020-11-20
Resumo
Orientador (a): ELIETE NEVES DA SILVA GUERRA
Introdução: O carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço é uma causa significativa de morbidade e mortalidade, com uma incidência anual
de mais de 400.000 casos em todo o mundo (Chung e Gillison, 2009). O processo de malignização envolve inúmeras alterações que resultam
na inativação de genes supressores de tumor e na ativação de proto-oncogenes, levando à perda do controle do ciclo celular (Perez-Ordonez et
al, 2006). A inativação do p16 parece ser um evento inicial na carcinogênese, em aproximadamente 80% dos casos de carcinoma de células
escamosas, o p16 é inativado por mutação, deleção ou hipermetilação (Rocco et al, 2001, Reed et al, 1996). O objetivo do presente trabalho
foi avaliar a expressão imuno-histoquímica de p16, na área do tumor e em suas margens cirúrgicas (áreas displásicas e de epitélio normal), em
casos de carcinoma espinocelular de cavidade oral e orofaringe. Além disso, objetiva-se analisar o papel do HPV na carcinogênese e sua
relação com a expressão de p16.
Metodologia: Foram obtidas biópsias de 26 pacientes com carcinoma espinocelular de cavidade oral (n= 13) e orofaringe (n= 13), atendidos
no Hospital Universitário de Brasília (HUB) entre 2005 e 2011. Os blocos de parafina foram encaminhados ao Laboratório de Histopatologia
Bucal da FS/UnB, para avaliação histopatológica, realização da técnica imuno-histoquímica e extração de DNA com kit comercial.
Posteriormente, realizou-se quantificação de DNA em espectrofotômetro, reação de polimerização em cadeia (PCR) com os primers
GP5+/GP6+ seguida de eletroforese do produto em gel de agarose para detecção do HPV. O padrão de expressão imuno-histoquímica do p16
foi analisado na área do tumor e em suas margens cirúrgicas, de displasia e epitélio normal, e classificado de acordo com sua intensidade (-, +,
++ e +++), distribuição (esparsa, focal, uniforme) e localização em relação às camadas celulares (basal, suprabasal, superficial ou todas).
Resultados: A frequência da expressão do p16 foi avaliada no tumor e em suas margens cirúrgicas: na região do epitélio normal, o p16 foi
expresso em 22 dos 26 casos (84,6%). Na área de displasia, o p16 foi observado em 15 casos (57,69%) e, no tumor, em apenas 10 (38,46%),
sendo 4 quatro de cavidade oral e 6 de orofaringe. Dentre os 22 casos p16 positivos no epitélio normal, a intensidade da expressão foi
classificada como “+” em 15 casos, e como “++” em 7. Na displasia, dentre os 15 casos positivos, 9 foram classificados como “+”, 4 como
“++” e 2 como “+++”. Na região do carcinoma, 2 foram classificados como “+”, 7 como “++” e apenas 1 como “+++”. A expressão se deu de
maneira predominantemente focal na região de epitélio normal e de displasia, e uniforme no tumor. A quantidade de DNA genômico extraído
variou de 0,005 ug/uL a 1,1025 ug/uL. Em nenhum dos casos foi detectada a presença de HPV.
Conclusão: A frequência da expressão do p16 foi avaliada no tumor e em suas margens cirúrgicas: na região do epitélio normal, o p16 foi
expresso em 22 dos 26 casos (84,6%). Na área de displasia, o p16 foi observado em 15 casos (57,69%) e, no tumor, em apenas 10 (38,46%),
sendo 4 quatro de cavidade oral e 6 de orofaringe. Dentre os 22 casos p16 positivos no epitélio normal, a intensidade da expressão foi
classificada como “+” em 15 casos, e como “++” em 7. Na displasia, dentre os 15 casos positivos, 9 foram classificados como “+”, 4 como
“++” e 2 como “+++”. Na região do carcinoma, 2 foram classificados como “+”, 7 como “++” e apenas 1 como “+++”. A expressão se deu de
maneira predominantemente focal na região de epitélio normal e de displasia, e uniforme no tumor. A quantidade de DNA genômico extraído
variou de 0,005 ug/uL a 1,1025 ug/uL. Em nenhum dos casos foi detectada a presença de HPV.
Colaboradores: Profª Leonora Vianna, Profª Nilce Melo, Marina Lima, Lais Papini Fernandes, Maria da Glória da Silva, Alexandre César
Palermo.