Última alteração: 2019-11-21
Resumo
Introdução: O universo acadêmico exige do indivíduo uma adaptação às novas rotinas durante o período de permanência na universidade uma vez que, a dedicação aos estudos requer gestão do tempo. A sobrecarga gerada pelo acúmulo de atividades e demandas pode acarretar exaustão física e mental. Da mesma forma, a canalização dos sentimentos pode levar os estudantes ao uso de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas como subterfúgio ao sofrimento.¹-³ Objetivo: Identificar o uso de álcool e substâncias psicoativas por meio de autorrelato de estudantes de cursos da saúde de uma universidade do Centro-Oeste relacionando à percepção da qualidade de vida. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quatiqualitativa por meio de quatro instrumentos (questionário sociodemográfico, WHOQOL-Bref, Assist 2.0 e DUSI-R) desenvolvido com estudantes do 4° ao 7° semestre de cursos da área da saúde de uma universidade do Centro-oeste do Brasil. Resultado: A maior parte dos participantes é do sexo feminino (76,39%), com idade entre 20 e 24 anos (52,78%), natural do centro-oeste (84,72%). A raça branca, o estado civil solteiro (a) e a renda familiar de 1 a 5 salários mínimos foram predominantes entre os participantes (40,28%, 62,50% e 50%), respectivamente. Os Analgésicos (26,39%), Álcool (22,22%), Tabaco e outros (11,11%), Inalantes e Solventes (11,11%) e Maconha (6,94%), foram as drogas relatadas com maior frequência de uso. A qualidade de vida geral percebida pelos participantes foi baixa (2,65±0,26). O domínio que apresentou maior escore foi Domínio Físico (3,09 ±0,72). Entre as facetas, a de maior e a de menor pontuação foram: Dor/Desconforto e Mobilidade (4,03±1,02 vs 1,83±0,93), ambas pertencente ao mesmo domínio. As facetas: Participação em Lazer (2,38±1,14) e Cuidados em Saúde (2,38±0,88) apresentam com pontuação baixa. Em contra partida, as facetas: Energia e Fadiga (3,86±1,24) e Recursos Financeiros (3,22±1,05) apresentaram pontuação alta. Discussão: Em outro estudo², também realizado com universitários, o álcool apareceu como a droga com uso mais frequente (34,1%), porém, o uso de analgésicos sem prescrição alcançou, como nesta pesquisa, também percentual elevado (32,4%). Estes dados revelam o uso de substâncias psicoativas como apoio à rotina universitária por jovens. Conclusão: O estudo demonstrou que mais de 70% dos participantes referiram não fazer uso de substâncias psicoativas e álcool com frequência. Porém, a percepção de qualidade de vida destes universitários apresentou-se baixa. Resultado que trás à tona a necessidade deste público ser acompanhado continuamente durante a formação universitária. Descritores: Qualidade de Vida, Estudantes, Consumo de álcool na Universidade