Última alteração: 2019-06-28
Resumo
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis são um problema de saúde global e uma ameaça à saúde e ao desenvolvimento humano. Objetivo: Avaliar a percepção dos hipertensos e diabéticos sobre a vivência do autocuidado apoiado no contexto da atenção primária à saúde. Método: Estudo qualitativo realizado com 34 usuários com hipertensão e diabetes que vivenciaram o autocuidado apoiado a partir de consultas individualizadas e reuniões grupais em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, durante doze meses. Foi realizada entrevistas, que foram gravadas e transcritas na íntegra. A análise foi realizada por meio do uso do software ALCESTE, na versão 2018. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde (FS/UnB) parecer 1645.880. Resultados: O corpus mostrou 76% de aproveitamento, com 4.284 formas distintas ou palavras analisáveis, das quais emergiram três classes que se correlacionaram semanticamente evidenciando a linha de raciocínio do discurso, sendo elas: 1) Indícios de rompimento da atenção médico-centrada e reconhecimento dos benefícios da atenção centrada na pessoa; 2) A valorização da aplicabilidade do plano do autocuidado e 3) Os comportamentos mais evidenciados para o autogerenciamento do cuidado. Conclusão: A valorização e empoderamento das pessoas no processo do cuidar resultou em diferentes benefícios, como: adesão aos comportamentos fundamentais para controle da saúde, melhora da autoestima e da qualidade de vida. Nesse sentido, conclui-se como promissor investir em metodologias que incentivem a autogestão do cuidado para o controle das condições crônicas no contexto da atenção primária à saúde.