Portal de Conferências da UnB, III Seminário Hispânico-Brasileiro de Pesquisa em Informação, Documentação e Sociedade

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A PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS DIGITAIS E A MANUTENÇÃO DA AUTENTICIDADE EM LONGO PRAZO
Henrique Machado dos Santos, Evandro Anacleto de Abreu Ferreira, Daniel Flores, Jorge Alberto Soares Cruz, Dhion Carlos Hedlund

Última alteração: 2014-08-19

Resumo


O presente trabalho apresenta a estreita relação entre a evolução da sociedade contemporânea e a tecnologia da informação, a qual se encontra em diversas áreas do conhecimento, inclusive na Arquivologia. A praticidade proporcionada pelas ferramentas de gestão eletrônica de documentos foi determinante para sua aceitação no campo da arquivística. Neste contexto, documentos digitais começaram a ser produzidos em massa, e juntamente com os documentos analógicos, constituíram um patrimônio documental híbrido. Mas, segundo Innarelli (2011) a demanda por formatos digitais ocorreu tão rapidamente que sua preservação não vem acompanhando o ritmo dos avanços das tecnologias da informação e comunicação. Além disso, essas tecnologias estão evoluindo em um ritmo acelerado, com ciclos de obsolescência cada vez mais curtos. Este trabalho aborda o desafio do século XXI para o profissional arquivista: como garantir a preservação em longo prazo e o acesso contínuo aos documentos arquivísticos digitais com caráter de autenticidade? Para responder tal pergunta utilizou-se como metodologia a revisão de literatura com finalidade de levantar requisitos para a manutenção da autenticidade que deverão ser considerados pelo preservador. Em caráter discursivo Sayão comenta que (2010) o problema mais crítico em relação à informação em meio digital é o risco de uma amnésia digital, provocada pela obsolescência tecnológica e pela fragilidade das mídias de armazenamento, provocando dificuldades de leitura e até mesmo a perda de documentos digitais. Para evitar a perda de documentos o primeiro passo será adotar políticas de preservação digital, que de acordo com Arellano (2004) são consideradas as iniciativas mais eficazes para preservar e garantir o acesso em longo prazo. A informação contida no documento deverá ser interpretada no futuro por uma plataforma tecnológica diferente da qual foi utilizada no momento de sua criação (CONARQ, 2004; FERREIRA, 2006). Assim serão necessários procedimentos como a implementação de repositórios digitais confiáveis que contemplem metadados de preservação e mecanismos para verificação da autenticidade. Para isto, deverá existir uma cadeia de custódia ininterrupta, onde os documentos estarão inseridos desde a produção até a transferência ao responsável por sua preservação. (CONARQ, 2012). Caso esta custódia seja interrompida, a autenticidade do documento será duvidosa, (INTERPARES, 2007; CONARQ, 2012) consequentemente perdendo a sua confiabilidade. Em síntese final, os documentos arquivísticos digitais deverão estar inseridos em um sistema de gestão integrada. Este deverá ser desenvolvido em software livre e de código aberto, contemplando todo o ciclo documental. Todo o seu fluxo documental deverá ser registrado de forma automatizada pelo sistema integrado de gestão arquivística de documentos (SIGAD). Após o cumprir suas atividades administrativas, o documento de valor secundário deverá ser recolhido ao repositório arquivístico digital confiável. Este repositório deverá documentar toda e qualquer alteração referente aos documentos, como migrações e conversões de formatos. Por fim deverá estar em conformidade com o modelo de referencia Open Archival Information System (OAIS), desenvolvido pelo Consultative Comitee for Space Data Systems juntamente com o International Organization for Standardization. Sendo aprovado como norma internacional ISO Standard 14721 em 2003. Este modelo conceitual é considerado ideal para a preservação digital.

Palavras-chave


Tecnologia da Informação; Preservação Digital; Obsolescência Tecnológica; Documento Arquivístico Digital; Autenticidade.