Portal de Conferências da UnB, III Seminário Hispânico-Brasileiro de Pesquisa em Informação, Documentação e Sociedade

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Ação comunicativa e de informação: transdisciplinaridade para o aprender a aprender
Márcia marques

Última alteração: 2014-08-19

Resumo


Resumo: O modelo de ação comunicativa e de informação para redes sociais em ambientes digitais é uma articulação transdisciplinar de conhecimentos e saberes que orienta a construção coletiva e colaborativa de estratégias inclusivas de comunicação e de formação permanente de competências para promover o entendimento na comunicação entre os integrantes da rede social. A Ciência da Informação, a Comunicação e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) organizam, em relação de transdisciplinaridade, esta articulação.
Os campos da Comunicação, Ciência da Informação e Ciência da Computação, reunidos, têm papel amalgamador, formador e organizador de relações de comunicação e de informação nas redes sociais em ambientes digitais. Ainda que mantenham as especificidades, essas disciplinas articuladas proporcionam múltiplos pontos de observação para o objeto em análise.
O elo entre os campos do conhecimento se dá no espectro do reconhecimento do direito à comunicação e à informação, preconizado pelo artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e da autonomia do aprender a aprender para o século XXI (FREIRE, 1999 e MORIN, 2002). O modelo leva em conta que as redes refletem as desigualdades da sociedade (CUEVAS-CERVERÓ, 2005) e que essas ações envolvem o indivíduo, o indivíduo (e/ou grupo de indivíduos) na rede e a rede.
Dialógico, este modelo é base para o planejamento: para a construção coletiva de relações de comunicação negociadas entre os participantes da rede; para a criação de ambientes digitais que propiciem espaços de aprendizagem para o enfrentamento da informação e da comunicação; para que especialistas em comunicação pública promovam a transparência da informação, como previsto na Constituição e na Lei de Acesso à Informação do Brasil.
A definição de estratégias é fruto de análise que envolve observar a rede e o indivíduo, as relações do indivíduo em rede, os conteúdos de informação e os meios tecnológicos e ambientes em que comunicação e informação se consumam. Este modelo se constrói a partir de diagnóstico que se utiliza da mescla de metodologias quantitativas e qualitativas multivocais.
Para estudar o indivíduo utiliza-se a metodologia de estudos de usuários, com a aplicação de entrevista por formulário, dividida em três partes: dados demográficos, que oferecem o perfil e contexto dos indivíduos na rede; dados sobre competências instrumentais, em informação e em comunicação (AREA, 2011); e dados sobre a relação dos indivíduos na rede – quem se comunica com quem, o que o indivíduo pode/quer fazer na rede e o que sugere para a organização, funcionamento e troca de informações na rede.
Por meio de questões abertas, no estudo de usuários, ou complementação de entrevistas não estruturadas busca-se obter a multivocalidade, técnica cooperativa de produção de informações que permite a complementaridade de argumentos com variantes combinatórias sobre assuntos específicos e correlatos (MIRANDA e SIMEÃO, 2007). É metodologia colaborativa e dilui as autorias em nome de um pacto e de compromissos quando se trata de definir uma proposta ou plano de trabalho.
A Análise de Redes Sociais (WASSERMAN e FAUST, 1994; NOOY; MRVAR; BATAGELJ, 2005; UGARTE, 2007; MARQUES, 2010) é a metodologia que permite observar as relações dos indivíduos e grupos de indivíduos na rede. Quantitativa, oferece uma visão tridimensional destas relações em grafos que denotam os fluxos da comunicação em rede; os temas recorrentes e o comportamento das pessoas em relação a eles; as panelinhas (ou subgrupos); quais pessoas/atores podem representar elos que facilitem a religação de grupos mais distantes na rede, quando necessário; quais elementos podem provocar ruptura.

Palavras-chave


competências em informação e comunicação, redes sociais, comunicação extensiva, análise de redes sociais, transdisciplinaridade