Portal de Conferências da UnB, III Congresso Nacional do Projeto Rondon

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Enfermagem e Extensão: uma experiência do Projeto Rondon
Isabela Cristina Nogueira, Priscila Krahembuhl Oliveira

Última alteração: 2017-09-28

Resumo


A construção do paradigma dominante se faz presente no atual cenário do processo ensino-aprendizagem, porém a sociedade atual demonstra a necessidade da emersão de um paradigma social. A graduação em Enfermagem visa formar um sujeito capaz de reconhecer a estrutura, expressão e formas de organização social, baseando a formação nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), além do desenvolvimento de uma visão crítica em relação ao processo político-social do país. Apesar desses objetivos, a dinâmica do ensino se direciona à enfermidade, cura e atenção individual, não capacitando os estudantes à mobilização em busca da integralidade do sujeito e do cuidado. Para tanto, é necessário que o processo ensino-aprendizagem seja ressignificado de forma a contemplar a complexidade dos temas atuais, formando um profissional em saúde que tenha um olhar sobre o significado do cuidado. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é analisar a experiência da atuação de duas alunas do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem no Projeto Rondon, levantando as vantagens da participação para o cumprimento dos objetivos da formação. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter descritivo-analítico, composto pela análise de diário de campo produzido durante a Operação Serra do Cachimbo, no período de julho de 2017, no distrito de Castelo de Sonhos - PA. Pudemos identificar diversos fatores que reforçam a necessidade de atividades de extensão como o Projeto Rondon para a formação em Enfermagem e outras áreas de saúde, tais como: a aproximação com uma realidade distinta da vivenciada no contexto universitário; as barreiras de comunicação, culturais e sociais encontradas durante o Projeto; a identificação de determinantes de saúde específicos; novas percepções quanto aos princípios e diretrizes do SUS, bem como ao acesso da comunidade; a relação política-social dos diversos contextos do país e sua influência na saúde da população, entre outros. Conclui-se que é necessário romper a fronteira existente entre ciência e sociedade, ampliando esse diálogo e criando novas perspectivas de ensino-aprendizagem. Essa revolução educacional, que não se limite à sala de aula, interfere diretamente na superação do desafio de guiar uma nova lógica à organização do trabalho e das práticas de saúde, visto que estes princípios determinam a aquisição de competências e habilidades para a prática profissional. Para além, a ressignificação do processo ensino-aprendizagem contribui para a estruturação de uma Enfermagem emancipada e empoderada, mediante uma desconstrução dos referenciais de enfermagem, sociedade e saúde. 


Palavras-chave


Enfermagem; Extensão; Processo Ensino-Aprendizagem; Formação;

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