Portal de Conferências da UnB, III Congresso Nacional do Projeto Rondon

Tamanho da fonte: 
Etnosaberes amazônicos sobre o uso e cultivo de plantas
Emi Rainildes Lorenzetti, Silvano Aparecido Redon, Anayana Zago Dangui, Eduarda Kalena Kirsch Ramos, Juliana Maria Soares, Samuel Fernades Pimenta

Última alteração: 2017-09-13

Resumo


A etnobotânica enquadra-se como uma área multidisciplinar que a partir de saberes populares pode levar ao entendimento da melhor relação entre plantas e o homem. Muitas vezes os conhecimentos sobre plantas amazônicas são algo distante dos discentes ou limitado a algumas espécies de interesse comercial amplo como é o caso da castanha do Brasil. O projeto Rondon através da Operação Rondônia Cinquentenário ofereceu um rico espaço de troca de saberes sobre plantas e práticas agrícolas empregadas pelas populações locais. A equipe do IFPR Campus Palmas atuou no município de Campo Novo de Rondônia. O município de cerca de 16.000 habitantes possui economia basicamente rural, além de ainda apresentar resquícios do garimpo, atividade anteriormente muito importante na região e que originou o município. A população é formada em sua maioria por migrantes de outras regiões do país, especialmente dos estados do sul. Além disso, há presença marcante da cultura indígena, representada por uma aldeia da etnia Urue au au. Uma das atividades propostas para Operação foi uma visita a aldeia indígena. A experiência vivida pelos rondonistas iniciou-se pelo trajeto até a aldeia no qual foi realizado por entre fragmentos da floresta Amazônica, podendo ser observadas árvores, como a castanheira, de alto potencial madeireiro. Na aldeia as trocas de saberes com os indígenas proporcionou o conhecimento de práticas agrícolas, bem como formas de exploração de plantas e animais, além das principais espécies cultivadas. Apesar de se tratar de uma etnia com grande interação com o “homem branco” muitos costumes são preservados e mantidos de forma tradicional. A prática agrícola ainda emprega-se do uso do fogo antes do plantio, bem como seleção de novas áreas na floresta quando áreas antigas perdem a fertilidade natural do solo, ou são tomadas por espécies de plantas invasoras, como o capim braquiária. Foi realizada ainda uma atividade de educação ambiental através de uma trilha ecológica em pontos de possível interesse turístico na região. Nestas áreas, através de conversas com os mateiros, puderam ser identificadas outras espécies vegetais típicas. Os rondonistas puderam conhecer e diferenciar frutos, sementes e folhas de plantas que muitas vezes só eram saber de relatos em material bibliográfico. Durante ambos os trajetos a equipe foi acompanhada por um guia, funcionário da prefeitura municipal, grande conhecedor da fauna e flora da região. As atividades proporcionaram um grande saber prático, como complementação a atividade teórica de sala de aula.


Palavras-chave


etnobotânica, povos indígenas, educação ambiental

Texto completo: PDF