Última alteração: 2017-09-27
Resumo
Introdução: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, de importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu poder incapacitante. Uma de suas manifestações consiste no aparecimento de manchas dormentes, avermelhadas ou esbranquiçadas, em qualquer região do corpo, entretanto, outros sintomas podem estar associados. Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das existentes aumenta e podem chegar a comprometer os nervos e afetar a vida da pessoa acometida. A bactéria causadora da doença, Mycrobacterium Leprae é transmitida pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado, pois o início do tratamento interrompe a transmissão; contudo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não o desenvolvem. Objetivo: analisar o conhecimento e incidência da doença no município. Material e Método: O presente estudo realizou um levantamento bibliográfico para a caracterização da doença e seus aspectos, correlacionando com uma pesquisa de campo, realizada no município de Itaúba, que localiza-se no Estado do Mato Grosso, por meio da elaboração de questionários destinados a população e dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde. Os questionários aplicados foram semiestruturados e abordaram informações como: idade, gênero, escolaridade, faixa salarial, conhecimento sobre a doença, modo de transmissão e detalhamento do quadro clínico em casos de infecção prévia. Resultados: Com base nos 97 questionários respondidos por munícipes com idades entre 22 e 70 anos, sendo 76 do sexo feminino (78,3%) e 21 do sexo masculino (21,6%); respectivamente 83 participantes (85,5%) sabem o que é hanseníase e 14 (14,4%) não sabem, por conseguinte, foram obtidos os seguintes resultados: 53 (54,6%) sabem como a doença é transmitida, 44 (45,3%) não sabem e 1 (0,1%) não respondeu; 12 (12,3%) tem/tiveram hanseníase e 85 (87,6%) não tem/tiveram; 70 (72,1%) conhecem alguém que tem/teve hanseníase e 27 (27,8%) não conhecem alguém que tem/teve. Conclusão: Foi constatado que a maior parte da população não tem pleno conhecimento sobre a doença ou apresentam ideias errôneas sobre a transmissão; outro fato observado foi que, o quadro não tem influência educacional ou socioeconômica, além disso, a doença tem caráter endêmico, pois o Estado lidera os casos de hanseníase há 30 anos ultrapassando nove vezes o considerado aceitável pela OMS (2016), com incidência elevada no município, mas ainda assim, a população manifesta preconceito sobre o assunto.