Última alteração: 2017-10-11
Resumo
É comum nas práticas pedagógicas o uso de diferentes recursos como formas de ensino a fim de garantir que diferentes características dos aprendizes sejam valorizadas. Sabe-se que algumas pessoas têm facilidade em aprender por meio de recursos visuais, outras por recursos auditivos, para essas, as aulas expositivas, com auxilio de slides, “powerpoints” ou vídeos são bem interessantes. Porém, há também pessoas que sentem facilidade em aprender por meio do movimento. Essas, muitas vezes, sofrem quando submetidos a situações em que devem permanecer sentados, imóveis. Isso acaba sendo ainda mais relevante quando observamos pessoas que, ou há tempos não frequentam os “bancos escolares”, ou que tiveram pouco ou mesmo nenhum acesso às escolas, o que caracteriza, em muitos casos, a população participante das ações do Projeto Rondon. Esse trabalho tem o objetivo de refletir sobre a utilização de práticas corporais como recurso nas ações do Projeto Rondon. Essa proposta, resultado da experiência em 3 operações distintas do projeto, apresenta as práticas corporais, principalmente por meio de brincadeiras e jogos, como recurso para o ensino de diferentes temáticas e para diferentes populações. A realização de práticas corporais tem se mostrado eficiente no sentido de: sensibilizar os participantes para as temáticas a serem tratadas, possibilitar diferentes experiências de aproximação com o conteúdo a ser tratado, criar clima agradável favorecendo o contato entre as pessoas, apresentar propostas diversificadas de ensinar e aprender. As experiências tem revelado que essa forma de trabalho motiva os participantes e facilita o aprendizado. Estudos demonstram que o que é vivenciado de forma prazerosa, tende a ser memorizado com maior facilidade e as vivências corporais tendem a proporcionar emoções consideradas positivas. Para cada temática a ser trabalhada propomos uma ou mais experiência de prática corporal a serem realizadas pelo grupo e após as mesmas são feitas reflexões sobre o vivenciado. Como exemplo da proposta, na oficina sobre educação inclusiva realizada com professores propusemos a atividade “trem cego”, proporcionando aos participantes a vivência de uma situação diferente em que de olhos fechados a pessoa deve que confiar nos companheiros deixando-se guiar. Essa experiência tem favorecido não apenas os participantes locais como também os alunos rondonistas que revelam o aprendizado de diferentes formas de ensinar.