Portal de Conferências da UnB, III Congresso Nacional do Projeto Rondon

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SAÚDE DA MULHER E DO HOMEM
Laura Marzullo dos Santos, Luiz Eduardo Barcellos Rodrigues, Maria Luiza Amorim Borges

Última alteração: 2017-09-22

Resumo


A fim de priorizar um espaço onde diversas identidades se sentissem acolhidas para compartilhar hábitos de cuidado com a saúde física e psíquica, elaboramos oficinas separadas por gênero e as aplicamos nas áreas urbana e rural de Serra Negra do Norte. O público-alvo
aportou desde adolescentes até idosos e contou com diversas classes sociais e níveis de instrução. A metodologia utilizada baseou-se na troca de ideias a partir de dispositivos como dinâmicas, vídeos, exposição de materiais, compartilhamento de experiências e debates sobre temas sociais correntes. Nas oficinas das mulheres, em termos de cuidado com o corpo, falou-se, especialmente, sobre o câncer de mama – incluindo exame de toque. Em relação à vida social, debateu-se a respeito de auxílio mútuo entre mulheres, manejo do assédio, expectativas quanto à construção de família e/ou de carreira a partir do princípio ‘sororidade'. As participantes fizeram bom uso do espaço, pois convidaram suas amigas para frequentá-lo e solicitaram o aumento do número de encontros. Uma escuta a partir da Psicanálise permitiu que mulheres do clero, do campo, do serviço público e de outros espaços tivessem liberdade para compartilhar suas angústias em conjunto. Ter filho com diagnóstico de retardo mental, estar grávida durante a adolescência, sofrer agressão de cônjuge ou ser homossexual em uma sociedade desinformada quanto à orientação sexual foram efeitos potentes desses encontros. Quanto à oficina dos homens, o enfoque esteve na conscientização quanto a DSTS, câncer de próstata, hábitos saudáveis (exercícios, alimentação, álcool e tabaco), relacionamento familiar e violência doméstica. Ainda que a divulgação tenha sido ampla, hipotetiza-se que a ausência do público-alvo aponta para um desinteresse quanto a temas que tratam do cuidado, pouco estimulados nas campanhas de saúde direcionadas para homens. Aqueles presentes mostraram-se engajados na educação dos filhos e um deles colocou: “quem deveria estar aqui, não está”. Falas como essa e outras constituíram-se, assim, como analisadores para que nos desafiemos a desenvolver projetos em que a saúde seja pensada de forma coletiva e transversalizada por diferentes profissionais da área não só no Rio Grande do Norte, mas no Brasil como um todo.

Palavras-chave


Oficinas; Acolhimento; Escuta

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