Última alteração: 2017-09-21
Resumo
Durante a Operação Itacaiúnas, em julho de 2015, houve a possibilidade de conversa e troca de experiências com líderes locais das comunidades do interior do Pará. Na oportunidade, entrevistou-se a senhora E., à época, coordenadora do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB – a qual compartilhou as suas histórias de atuação no campo, bem como as suas frustrações advindas da falta de êxito de algumas iniciativas. A senhora E., desde a sua juventude, trabalhou para conseguir a realização de projetos no campo e políticas públicas que englobassem a população rural. Mais recentemente, a sua militância política e social voltou-se para a juventude rural. Ela afirmou que os jovens do campo não encontram outra alternativa a nãe ser deixar o meio rural, já que procuram continuar os estudos e melhorar as suas condições de vida. Ela enfatizou o fato de a juventude rural estar desiludida com o campo, pois as oportunidades são escassas. A proposta para as próximas operações do Projeto Rondon é a de facilitar atividades as quais engajem jovens, especialmente os do campo, para reconhecerem a importância do meio que o circunda. De forma equivocada, distintos meios de comunicação representam o meio rural como aquele que é atrasado tecnologicamente, culturalmente, economicamente. Oficinas que possibilitem demonstrar a relevância do campo e a valorização dessas localidades são estratégicas. Elas devem ser realizadas nas áreas rurais e urbanas afim de abranger o máximo possível de indivíduos e desseminar uma imagem real e justa do campo. Junto com a valorização do meio rural, haverá uma maior vontade de permanência e de luta por políticas públicas e melhorias nesses locais. A ideia é abrir o leque de possibilidades para essa população, especialmente a jovem. O intuito das atividades a serem realizadas é trabalhar em conjunto para construir uma consciência coletiva da importância do campo e essa conscientização surge a partir de conhecimento, ambos dos rondonistas como da sociedade local. Assim, essas oficinas devem prezar por incentivar a juventude, rural e urbana, a reconhecer as belezas e oportunidades que o campo fornece. Isso se dará, principalmente, por meio da facilitação, por parte dos rondonistas, do contato entre os jovens e líderes rurais locais. O contato deve ser uma forma de demonstrar o trabalho desses ativistas do meio rural e como o campo contribui, de maneira determinante, no desenvolvimento social e econômico da sua comunidade, extrapolando para as esferas estadual e nacional.