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Introdução: As medidas de isolamento social, provocadas pela pandemia da COVID-19, trouxeram repercussões significativas na saúde mental da população, sendo as crianças amplamente afetadas nesse contexto. Apesar da doença ser considerada leve na idade infantil¹, o coronavírus causou um impacto brutal na vida social, recreativa e nas habilidades emocionais e educacionais dessas crianças. Neste cenário, a musicoterapia tem papel fundamental de favorecer um ambiente lúdico e despretensioso a esse público, sendo capaz de propiciar e restabelecer as habilidades emocionais, sociais, intelectuais e cognitivas, promovendo, assim, o desenvolvimento infantil. Deste modo, esta revisão busca ressaltar o potencial da musicoterapia na redução das consequências psicopatológicas nas crianças diante das limitações sociais presentes atualmente. Objetivos: Ressaltar as evidências, mediante uma revisão da literatura, do potencial da musicoterapia na prevenção do impacto na saúde mental das crianças em tempos de pandemia da COVID-19. Metodologia: Foi realizada uma busca no banco de dados do PubMed no primeiro semestre de 2021, utilizando osdescritores “music”, “COVID-19” e “child”. Foram encontrados 25 artigos, dos quais 3 foram selecionados após leitura integral. Adotou-se como critérios de inclusão/exclusão os estudos que fizeram a correlação dos efeitos da música na saúde mental de crianças sadias durante a COVID-19. Desenvolvimento: O impacto na saúde mental infantil, acarretado pela pandemia, é cenário de preocupação por parte dos especialistas¹, haja visto que as limitações de atividades ao ar livre e sociais podem agravar o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Segundo os artigos, a musicoterapia é uma estratégia que contribui para fortalecer vínculos frente a complexidade do processo do bem-estar físico e mental diante de bruscas mudanças^1,2,3. Os autores descrevem que a música promove a criatividade, a distração e o riso, conduzindo ao reequilíbrio psicossomático^1,2,3. Uma das pesquisas afirma que a música é uma das formas mais antigas para o controle do estresse, sendo uma estratégia capaz de combater a tristeza e a ansiedade³. Em concordância, outro estudo relata que o engajamento musical promove efeitos sociais e emocionais benéficos², além de influenciar positivamente no sistema imunológico e na regulação das emoções, favorecendo a capacidade de lidar com situações extraordinárias¹. Assim, conforme os aspectos ressaltados nas pesquisas, acredita-se que os métodos terapêuticos associados à música podem ser instrumentos valiosos para garantir a saúde mental das crianças perante o enfrentamento dos abalos envolvidos na COVID-19^1,2,3. Considerações: A revisão realizada aponta que a pandemia modificou expressamente o cotidiano das crianças, trazendo uma carga emocional e social considerável. Os artigos selecionados consideram que a musicoterapia pode ser um instrumento favorável na diminuição dos níveis de estresse e na regulação emocional, ficando evidente seus benefícios na saúde mental das crianças perante os efeitos deletérios da COVID-19. Diante disso, infere-se que a limitação das atividades sociais e seus impactos na saúde mental das crianças devem ser uma preocupação global e emergente, considerando-se aprofundar a reflexão e discussão dos benefícios gerados pela música como estratégia de cuidado psicossocial e de identificar demais caminhos terapêuticos e preventivos com o intuito de minimizar os possíveis transtornos mentais na infância durante e após o enfrentamento de tal realidade.

Musicoterapia; COVID-19; Criança; Saúde Mental