O USO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS NO BLOCO OBSTÉTRICO EM HOSPITAL PUBLICO: RELATO DE SÉRIE DE CASOS

Introdução: A medicina homeopática pode curar sensação de doença em todos os casos de perturbações da saúde.  Para a maioria das mulheres, ela pode auxiliar no trabalho de parto (TP). Estudos mostraram que as mulheres nulíparas que sofrem indução têm 2 a 3 vezes mais chances de ter um parto cesáreo do que as que entram em TP espontaneamente¹. São muitos os transtornos observados no TP, como: dilatação lenta do colo, dor, sangramento excessivo, contrações ineficazes e/ou irregulares, medos, apreensões, ansiedades, esgotamentos, irritabilidade, dentre outros. O Brasil é recordista mundial de parto cesariana. Segundo a OMS², 55% dos partos no Brasil ocorrem por meio de cesarianas desnecessárias. A indicação de cesáreas deve ser de aproximadamente 15 % dos partos e varia entre causas maternas, problemas anatômicos do útero ou a vagina ou situações relativas à criança. Estudos já anunciam que a medicina homeopática também pode ajudar enormemente no período que antecede o nascimento de um bebê e evitar ou reduzir alguns dos problemas associados ao trabalho de parto (TP), além de lidar com os sintomas pós-natais³ (Collins & Brown, 1997). Objetivos: Objetivou-se o auxílio materno-fetal durante TP e de quadros clínicos de gestantes no pré ou pós parto, no ambiente do bloco obstétrico, com medicamentos homeopáticos. Metodologia: Trata-se de um relato de serie de casos (CAAE: 43827121.6.0000.5651). Medicou-se 58 parturientes durante o TP e 39 mulheres com alterações de saúde. O período analisado foi de janeiro a abril de 2020 no Hospital Público Regional de Betim. A escolha do medicamento homeopático individualizado foi baseada na totalidade sintomática essencial de cada gestante e na circunstancia envolvida e a potência eleita foi a 30ª CH. Discussão e resultados: Os resultados revelaram que de 58 gestantes medicadas, 46 evoluíram para partos vaginais. Destas, 23 eram primigestas e 19 não tinham dilatação do colo uterino ao internarem. A idade variou entre 16 e 38 anos, 65% estavam entre 39 e 41 semanas de gestação; sete tiveram suspeita de síndrome Help. Os partos que evoluíram para cesárea apresentaram liquido meconial espesso, macrossomia fetal, drogadição, proteinuria maciça, etc. Medicou-se 39 mulheres com alterações clínicas da saúde, que se manifestaram como: decesso fetal (10 casos), diabetes gestacional (7 casos), síndrome HELP (6 casos), hemorragias pós-parto (7 casos), infecções urinarias/pielonefrites (3 casos), hiperemeses gravídicas (2 casos), dentre outras. Os resultados revelaram que o auxílio homeopático foi obtido com cura de sensação de doença, alterando a evolução do quadro para melhor seguimento da gestação ou resolução mais rápida e suave de fato consumado. Conclusão: Concluiu-se que a homeopatia, ao promover a saúde de gestantes em TP como um todo através de poucos e suaves princípios ativos, pode reduzir a necessidade de partos cesáreos, bem como auxiliar a evolução de condições agudas que surgem durante a gravidez ou no pós-parto. Sugere-se que mais estudos sejam realizados com o uso da medicina homeopática no tratamento hospitalar de parturientes e outras alterações de saúde que envolvam a gestação, o pré e pós-parto.

1. VAHRATIAN, A et all. Labor progression and risk of cesarean delivery in electively induced nulliparas. Obstet Gynecol. 2005 Apr;105(4):698-704.
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Declaração da OMS sobre taxas de cesáreas. Genebra: OMS; 2015.
3. ROSE B, SCOTT-MONCRIEFF C. Homeopathy for women hardcover.  Collins & Brown. 30 Sept. 1997.