Introdução: A espiritualidade atua como rede de assistência ao paciente guiando sua consciência da doença, podendo reproduzir atitude positiva ao longo do processo da enfermidade, bem como proporcionar concepção de significado à vida. Dessa forma, estudos buscam compreender essa interferência, analisam a percepção do paciente na busca de terapia religiosa como suporte complementar à medicina, e a eficiência desse apoio espiritual no tratamento convencional ^{2, 1}. Esse tipo de assistência considera que o sofrimento vivenciado pode não ser apenas físico, mas também mental e espiritual, logo torna-se necessário a abordagem das crenças religiosas/espirituais na assistência à saúde ³. Objetivos: Analisar a influência das crenças religiosas/espirituais no processo saúde-doença das comunidades. Metodologia: Revisão de literatura, desenvolvida a partir do banco de dados BIREME, mediante as palavras chaves “Processo Saúde-Doença; espiritualidade; religião”. Foram encontrados 30 artigos, dos últimos 11 anos, sendo selecionados apenas 3 para elaboração do estudo. Foram incluídos os artigos que associavam a valorização da espiritualidade/religiosidade do paciente na assistência médica e excluídos aqueles que contemplavam apenas a cura energética, desconsiderando a prática médica convencional. Desenvolvimento: Através da análise dos artigos, ficou evidente que, a espiritualidade/religiosidade dos pacientes pode, de fato, impactar de maneira benéfica na qualidade de vida dos mesmos. Foi observado que a dimensão espiritual é importante na compreensão do processo viver/morrer, muitas vezes surgindo em circunstâncias de sofrimento, servindo como uma forma de consolo^1,2. Fica claro que indivíduos com uma boa relação religiosa/espiritual apresentam um maior estado de bem-estar, visto que, as crenças fazem com que os pacientes desloquem o foco da doença, além de estimulá-los a terem hábitos mais saudáveis, já que muitos acreditam que a cura física é advinda de uma cura interior ^1,2,3. Entretanto, frequentemente, os profissionais de saúde deixam de questionar sobre como se dá a relação dos pacientes com as suas crenças e isso acaba levando a um distanciamento do paciente ³. Além disso, ao reconhecer as crenças espirituais, estas podem contribuir na promoção de saúde, devendo ser incluídas como parte do plano terapêutico, de forma que seja desenvolvido um atendimento mais humanizado. Ainda assim, a espiritualidade/religiosidade pode exercer uma influência negativa na saúde dos pacientes, isto é, quando um indivíduo deixa de realizar intervenções terapêuticas necessárias por motivos religiosos, seja porque a sua religiao nao permite aquele tipo de intervenção ou por acreditar estar protegido pela sua fé, observa-se um efeito maléfico no processo saúde-doença¹. Consideração:A espiritualidade/religiosidade dos pacientes influencia diretamente no processo saúde-doença, logo, é imprescindível a inclusão da sua abordagem na rede de assistência à saúde. Toda comunidade é dotada de crenças, costumes, estando incluída em uma rede cultural própria e a partir do momento que os profissionais de saúde reconhecem esse fato e desenvolvem um plano terapêutico baseado no mesmo, o seu objetivo será muito mais facilmente alcançado.

Referência Bibliográfica

1. ALVES, J. S.; JUNGES, J. R.; LÓPEZ, L. C. A dimensão religiosa dos usuários na prática do atendimento à saúde: percepção dos profissionais da saúde. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 34, n. 4, p. 430-436, 2010.

2. FERNANDES FERREIRA, L.; DE PINHO FREIRE, A.; LUIZA CUNHA SILVEIRA, A.; PEREIRA MARTINS SILVA, A.; CORRÊA DE SÁ, H.; SOARES SOUZA, I.; STEFANY ARAÚJO GARCIA, L.; SILVA PERALTA, R.; MOREIRA BORGES ARAUJO, L. A Influência da Espiritualidade e da Religiosidade na Aceitação da Doença e no Tratamento de Pacientes Oncológicos: Revisão Integrativa da Literatura. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 66, n. 2, p. e-07422, 25 maio 2020.

3. OLIVEIRA, G. R.; FITTIPALDI NETO, J.; SALVI, M. C.; CAMARGO, S. M. ; EVANGELISTA, J. L.; ESPINHA, D. C. M.; LUCCHETTI, G. Saúde, espiritualidade e ética: a percepção dos pacientes e a integralidade do cuidado. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2013 abr-jun;11(2):140-4