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USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Gabriel Bastos Costa, Patrícia Vaz França, Adria Assunção Santos de Paula, Debora Caldas Marques, Karla de Aleluia Batista, Hellen da Silva Cintra de Paula

Última alteração: 2021-07-10

Resumo


Introdução: A pandemia de COVID-19, fez com que a população mundial se visse restringida, seja nas interações sociais ou no modo de vivenciar o próprio cotidiano. Nesse contexto, especialmente jovens e adolescentes, estão expostos a alterações dos padrões comportamentais, como a continuidade, início ou intensificação da utilização de substâncias psicoativas, sejam elas medicamentos ou bebidas alcoólicas e tabaco. Este consumo pode trazer, além da dependência química, no cenário atual, podem colocar em risco a saúde mental ou agravar quadros já instalados. Objetivos: Estimar a frequência do uso de determinadas substâncias psicoativas durante a pandemia de COVID-19 entre estudantes de cursos técnicos integrados ao ensino médio de uma instituição de ensino da cidade de Goiânia, bem como a possível influência da pandemia de COVID-19 nesse contexto. Metodologia: O presente estudo é do tipo observacional. Foram aplicados questionários virtuais elaborados pela equipe de pesquisadores, aos estudantes do ensino médio técnico integrado de uma instituição pública de Goiânia, entre os meses de abril e maio de 2021. Os estudantes que concordaram em participar do estudo, bem como seus responsáveis, assinaram o TCLE e o TALE. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do IFG (Parecer nº 4.596.409). Discussão e Resultados: Foram incluídos no estudo 158 adolescentes com idades entre 14 e 20 anos, dos quais, 21,5% informaram o uso de medicamentos para dormir, melhorar o humor ou aliviar a ansiedade e destes, aproximadamente 70% disseram ter iniciado o uso durante a pandemia. Este dado mostra que a pandemia de COVID-19 pode estar desencadeando sintomas de ansiedade e depressão em adolescentes e que muitos deles recorrem a tratamentos médicos para aliviar tais sintomas. Em relação ao uso de bebidas alcoólicas e/ou tabaco, 22 (14%) estudantes relataram usar tais substâncias, sendo que 2 deles informaram ainda o uso de outras drogas.  Dos 22 adolescentes, 5 (22%) informaram ter iniciado o uso durante a pandemia. Desta forma, o isolamento social parece não ser determinante para que os estudantes comecem a fazer uso de bebidas alcoólicas ou tabaco. Tais substâncias são socialmente aceitas e geralmente mais consumidas em grupos. Proporcionalmente, a maior parte dos estudantes que informaram o uso de medicamentos para dormir, melhorar o humor ou aliviar a ansiedade eram do gênero feminino (30%). Entre indivíduos que informaram o uso de tabaco, bebidas alcoólicas e outras drogas, 64% eram pertencentes a famílias de baixa renda, as mais afetadas economicamente pela pandemia. Considerações: O isolamento social provocado pela pandemia, bem como medo e impactos econômicos vivenciados por adolescentes podem levar muitos indivíduos a recorrerem ao uso de substâncias psicoativas, principalmente medicamentos para tratar ansiedade e depressão. Considerando que o cérebro do adolescente ainda está em formação, os efeitos de substâncias psicoativas podem ser especialmente danosos, trazendo consequências na vida adulta. Este estudo mostra a necessidade de implementação de políticas para promoção da saúde, prevenção e tratamento de transtornos mentais em jovens na idade escolar. Essas ações trarão benefícios imediatos aos estudantes e a longo prazo para toda a sociedade.


Palavras-chave


Abuso de Substâncias Psicoativas; Adolescente; Ensino Médio; COVID-19