Introdução: A Unidade Didático Pedagógica (UDP) Sistema Único de Saúde, ofertada no segundo semestre do Curso de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), tem como pressuposto um conjunto de atividades orientadas para a organização do Sistema Único de Saúde. É ofertada aos estudantes da Faculdade de Medicina em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN e o Projeto Político Pedagógico do curso de medicina da Universidade de Brasília. A disciplina é voltada à compreensão global da organização do Sistema Único de Saúde e, mais especialmente, à reflexão crítica sobre o modelo de atenção à saúde, a oferta dos serviços e as linhas de cuidado integral. A inserção territorial em cenários de práticas integrativas e complementares em saúde configura-se em desafio à mudança na formação médica, na diversificação de cenários de ensino-aprendizagem e na valorização de tecnologias leves e leve-duras no processo de atenção em saúde. Objetivo: relatar a experiência da inserção territorial em cenários das PICs no Distrito Federal na UDP Sistema Único de Saúde do segundo semestre do curso de Medicina da UnB. Descrição: O trabalho desenvolvido pelos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde se constitui em um espaço de construção da mudança das práticas de saúde. Conhecer e compreender a organização dos sistemas públicos de saúde, contribui para a formação de profissionais que, de fato, serão capazes de implementar os serviços necessários à atenção à saúde integral em seus âmbitos de atuação. A disciplina SUS tem como cenário de prática a rede de serviço do SUS, em especial a Região de Saúde Leste do Distrito Federal. Busca-se, a partir da integração ensino e serviço, proporcionar a aprendizagem dos conteúdos a serem trabalhados na disciplina, tanto aos alunos, quanto aos trabalhadores. As estratégias de aprendizagem buscam trabalhar as dimensões cognitivas, afetivas e simbólicas dos educandos, apoiadas por conceitos e práticas de informação e comunicação em saúde, concatenantes à realidade dos serviços de saúde do SUS. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência da inserção territorial de discentes do segundo semestre do curso de medicina da UnB em cenários de PICs no Distrito Federal. Participam desta atividade curricular 50 estudantes, divididos em turmas A e B, em grupos de 7 discentes, realizando momentos distintos de inserção no Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (CERPIS), em Planaltina. Resultados: O Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (CERPIS) teve início em 1983 com o plantio de um canteiro de ervas medicinais no terreno do Hospital Regional de Planaltina. Hoje, o CERPIS constitui-se em espaço que promove as PICs no DF. Dentre as ações promovidas pelo CERPIS destaca-se a primeira farmácia fitoterápica da Secretaria de Saúde do DF, a Farmácia Viva de Planaltina, que além de dispensar medicamentos, plantas e mudas, conta com roda de Conversa em Saúde sobre Fitoterapia e Plantas Medicinais. Aliando terapia e lazer são promovidas Oficinas de Danças, entre elas as Danças Circulares e o Forró, que contam com a participação da comunidade. São ofertadas atividades para o corpo e mente, como automassagem, tai chi chuan e lian gong (prática corporal da medicina tradicional chinesa). Ainda, artesanato e Terapia Comunitária Integrativa são ações propostas pelo serviço para atenção à comunidade. Ao visitar o CERPIS os acadêmicos de medicina vivenciam práticas em saúde contra-hegemônicas, realizada por equipes interprofissionais com elevada participação comunitária. Estas vivências permitem ao futuro médico aliar a teoria da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) ^1,2 com a prática de experiências exitosas de implementação das PICs no SUS, repensando seu processo de formação e de atuação profissional.