Introdução: Com o advento da terapia antirretroviral (TARV) aumentou-se a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV (PVHIV), trazendo para a área da saúde novos olhares sobre o cuidado desses pacientes¹. Por meio da aplicação de escalas validadas e uso de instrumentos de avaliação por profissionais da enfermagem, observa-se indícios que considerar a espiritualidade e a religiosidade são estratégias positivas para a melhora do prognóstico das PVHIV. No entanto, a literatura nacional sobre a espiritualidade no enfrentamento do HIV ainda é escassa. Objetivos: Analisar a literatura existente sobre o uso da espiritualidade como estratégia de enfrentamento do diagnóstico de soropositividade. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado por meio de pesquisa nas plataformas Scielo e PubMed. Utilizou-se como descritores os termos “Espiritualidade” e “HIV”. Os critérios de seleção foram as publicações dentro da janela temporal de 10 anos e textos em língua portuguesa. Foram excluídos textos que não eram do gênero artigo científico e aqueles que não tinham a espiritualidade como enfoque temático. No final da seleção tivemos 3 artigos para a leitura integral. Desenvolvimento: Ser diagnosticado com a infecção por HIV/AIDS é um desafio não só para a saúde física, como também para as condições sociais, psicológicas e espirituais do indivíduo¹. Alguns pacientes optam pelo sigilo do diagnóstico por causa do preconceito e da possível rejeição de familiares e pessoas próximas³. A adesão ao tratamento é outro desafio devido à nova rotina da TARV e à necessidade de uma rede de apoio além dos profissionais da saúde ¹. A rede social de apoio, família e amigos, bem como instituições ou grupos religiosos são importantes para o enfrentamento dessa doença. A atuação profissional consiste em detalhar os efeitos colaterais e os benefícios para a qualidade de vida da terapia antirretroviral. Uma postura acolhedora da equipe multiprofissional é essencial para que o paciente deposite sua confiança nos serviços de saúde³. Também é necessária a assistência integral e contínua para que o autocuidado seja praticado pelo paciente, abrangendo os impactos que HIV/AIDS pode ocasionar na religiosidade e espiritualidade do paciente, bem como em sua saúde mental².O coping religioso-espiritual (CRE) é a forma com que o indivíduo utiliza sua espiritualidade ou religiosidade para enfrentar situações de vida, contando com vários parâmetros para sua utilização¹. Examinar a religiosidade prejudicada e o sofrimento espiritual por meio dos diagnósticos de enfermagem e relacionar suas semelhanças e diferenças com as escalas de coping, pode contribuir para uma melhor assistência para as PVHIV². Além disso, estudos apontam que a confiança do paciente aumenta em um vínculo com o profissional que considera outros aspectos além da saúde física e, por consequência, aumenta a adesão à TARV². Considerações: A relação com espiritualidade e religiosidade no tratamento de PVHIV pode ter influência na melhora do prognóstico, na adesão às medicações e no bom relacionamento da equipe de saúde com os pacientes. No entanto, são necessárias mais publicações a esse respeito. Referências: 1. PINHO, Clarissa Mourão et al. Religious and spiritual coping in people living with HIV/Aids. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 70, n. 2, p. 392–399, abr. 2017. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-1672017000200392&script=sci_arttext&tlng=pt>. 2. PINHO, Clarissa Mourão et al. Religiosidade prejudicada e sofrimento espiritual em pessoas vivendo com HIV/aids. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 38, n. 2, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472017000200417&lng=pt&tlng=pt>. 3. BRANDÃO, Brígida Maria Gonçalves de Melo et al. Living with HIV: coping strategies of seropositive older adults. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 54, p. 1–8, 2020. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342020000100427&tlng=en>. Fomento:.