Introdução: Às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) constituem terapias milenares que consideram o indivíduo em sua singularidade, visualizando-o de modo holístico e ressignificando o processo saúde-doença1. Podem ser aplicadas em todos os níveis de atenção à saúde, desde o ambiente ambulatorial até o hospitalar. Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), os prematuros são expostos a um ambiente estressante, com intenso ruído, iluminação forte e cuidados médicos constantes, capazes de prejudicar o desenvolvimento fisiológico2. Nesse sentido, as PICS podem ser implementadas como estratégia de adaptação do recém-nato ao ambiente extrauterino, com promoção do bem-estar infantil. Objetivos: Analisar os benefícios que as PICS promovem no cuidado ao prematuro internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, a partir de uma revisão da literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para a elaboração da questão norteadora, empregou-se a estratégia PICO (População: recém-nascidos prematuros internados em UTIN; Intervenção: uso de PICS; e Outcome/Desfecho: cuidado ao recém-nato prematuro), obtendo a seguinte pergunta: “Como as práticas integrativas e complementares em saúde auxiliam no cuidado ao prematuro internado em UTIN?”. A busca dos estudos ocorreu nas bases de dados SciVerse Scopus, PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde. Para isso, foram utilizados os descritores “Infant, Premature”, “Complementary Therapies” e “Intensive Care, Neonatal”, realizando o cruzamento com o operador booleano AND. Como critérios de inclusão, aplicou-se: estudos disponíveis gratuitamente na íntegra, em qualquer idioma, no recorte temporal de 2002, ano em que a Organização Mundial de Saúde publicou a primeira estratégia global de medicina tradicional, a 2020. Como critérios de exclusão, estabeleceu-se: revisões da literatura, estudos de caso, relato de experiência, monografias e pesquisas com resultados inconclusivos. Inicialmente, foram encontrados 63 estudos. Após a análise dos títulos e resumos, 21 foram escolhidos para a leitura do texto completo. Ao final, 6 artigos compuseram a amostra da revisão. Desenvolvimento: Todos os artigos incluídos possuíam abordagem quantitativa. O ano com maior publicação foi o de 2013 (33,3%). Quanto ao local, Brasil (33,3%) e Itália (33,3%) destacam-se como os países em que aconteceram a maior parte das intervenções. Nos estudos, foram apontados os efeitos benéficos da musicoterapia, osteopatia e toque terapêutico para a redução do tempo de internação, estresse e dor do prematuro hospitalizado, aumentando, também, os sinais vitais e apego pós-natal. Corroborando com os resultados encontrados, a musicoterapia é uma prática complementar capaz de melhorar significativamente o estresse, a frequência cardíaca e respiratória dos prematuros em UTIN3. Além disso, tal prática possui efeito positivo na saúde materna, com redução da ansiedade3. A massagem terapêutica, de modo análogo, associa-se com redução do tempo de internação, aumento do ganho de peso e melhor desenvolvimento do sistema nervoso central, especialmente dos prematuros mais suscetíveis ao estresse2. Considerações: As PICS mostraram-se importantes estratégias para o manejo dos bebês prematuros internados em UTIN, apresentando medidas não farmacológicas, de baixo custo e minimamente invasivas para o alívio da dor, redução do estresse e melhora dos aspectos fisiológicos, com humanização do atendimento e promoção da saúde.

Referências bibliográficas:

1. AGUIAR, J; KANAN, L. A; MARIESO, A. V. Práticas Integrativas e Complementares na atenção básica em saúde: um estudo bibliométrico da produção brasileira. Saúde debate, v. 43, n. 123, p. 1205-1218, 2019.

2. CORDEIRO, A. L. L. et al. Efeitos da massagem terapêutica em recém-nascidos prematuros na unidade de terapia intensiva neonatal: uma revisão sistemática. Rev. Pesqui. Fisioter, v. 9, n. 4, p. 556-562, 2019.

3. YUE, W. et al. Effect of music therapy on preterm infants in neonatal intensive care unit: Systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Adv Nurs, v. 77, n. 2, p. 635-652, 2021.