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UM VIVENCIAR ESPIRITUAL NA VIRTUALIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CENTRO ESPIRITUAL PACHAMAMA
Michele Neves Meneses, Gabriela da Rosa Corrêa, Caroline Luiza Willig, Bruno do Amaral Oliveira, Neidi Regina Friedrich

Última alteração: 2021-06-21

Resumo


Introdução: O mundo foi afetado pela pandemia da Covid-19 em 2020 sendo necessário o encerramento de muitas atividades presenciais para diminuir a proliferação do coronavírus. O Centro Espiritual Pachamama (CEPAMA), instituição sem fins lucrativos ativa desde 2004,  possui cerca de 40 integrantes envolvendo-se em atividades de arte, cultura, saúde, espiritualidade, defesa dos povos originários e construção de um outro mundo possível. Reconhecendo sua responsabilidade social, o CEPAMA restringiu todas suas atividades coletivas presenciais, desde março de 2020 até os dias atuais, optando por atividades online. Dessa forma, as relações puderam ser parcialmente mantidas, sendo adaptadas para os recursos virtuais, priorizando a partilha e a comunhão dos participantes. Em paralelo às atividades virtuais, o Centro seguiu realizando a manutenção do seu espaço físico com mutirões em pequenos grupos, cumprindo todos os protocolos de segurança indicados pela Vigilância Sanitária. Objetivo: Descrever a experiência vivenciada a partir de outras formas de interação e comunicação das atividades do CEPAMA para a cocriação do bem viver e prática da espiritualidade. Descrição metodológica: Relato de experiência do CEPAMA durante a pandemia. Resultados: O CEPAMA, fundamentado no Bem Viver e entendendo a espiritualidade como essencial para a manutenção da vida, adaptou suas atividades para o online, com o propósito de acolher a comunidade e seguir os protocolos de distanciamento físico. Nos encontros internos e externos, utilizou-se de redes de software livre, contudo, mais tarde optou-se pelo Instagram e o Google Meet, plataformas que a comunidade já estava melhor adaptada. Através das redes sociais, foram apoiados movimentos como a Retomada da Comunidade Xokleng, de São Francisco de Paula; arrecadação de cestas básicas para a comunidade indígena Kaingang Por Fi Ga, de São Leopoldo. Em relação aos atendimentos à comunidade, as redes sociais são canais de grande procura das pessoas em busca de auxílios e rezos. Os registros imagéticos apresentam uma amostra da organização e virtualização necessárias para seguir dando apoio à comunidade e preservando a vida, enquanto os insubstituíveis encontros presenciais seguem sem previsão para retorno. Foram realizados cinco encontros online abertos ao público via salas virtuais; oito lives no Instagram acompanhando o Calendário Maia; compartilhamento de produções artísticas e datas comemorativas. A partir do vivenciado, os meios online se mostram efetivos para promover encontros coletivos, sendo uma alternativa que permite ao CEPAMA seguir fortalecendo os elos de suas experiências coletivas. Contudo, salienta-se que estes não substituem o contato direto, que envolve uma troca substancial de afeto. Considerações: A iniciativa contribui para pensar o momento pandêmico em que vivemos, em que são necessárias  alternativas que respeitem as medidas de segurança contra a Covid-19. Distanciamento físico não significa distanciamento social. As redes sociais, embora não substituam as vivências presenciais, se mostraram uma possibilidade de manter as portas do CEPAMA abertas para fortalecimento do espírito, corpo e mente de forma coletiva, mesmo que na virtualidade.


Palavras-chave


Espiritualidade; Comunicação; Pandemia.