Última alteração: 2021-07-08
Resumo
Introdução Musicoterapia é uma prática que se faz importante no contexto clínico de prevenção e de tratamento, visando a saúde e ao bem-estar. Ultimamente, essa prática vem sendo muito utilizada no acompanhamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que é uma desordem neurológica, caracterizada por dificuldades de interação social, comunicação, e ações repetitivas. Objetivos: O presente trabalho tem o objetivo de avaliar os benefícios da musicoterapia no tratamento do Transtorno do Espectro Autista. Metodologia: Revisão de literatura narrativa. A busca de artigos foi realizada nas bases de dados MEDLINE, LILACS, SCIELO e PUBMED. Foram utilizados os seguintes descritores: musicoterapia AND tratamento AND “transtorno do espectro autista”. Foram encontrados 17 artigos na plataforma MEDLINE, dos quais foram selecionados 9. Nas demais bases não foram encontrados artigos que atenderam aos objetivos deste trabalho. Desenvolvimento: Desses estudos, 5 artigos mostraram os benefícios da musicoterapia em crianças autistas. Dois abordavam que não houve melhora significativa na gravidade dos sintomas e 2 chegaram à conclusão que esse tema requer mais estudos. Um estudo longitudinal observacional que avaliou 48 crianças de 4 - 7 anos de idade durante 5 a 12 meses concluiu que incluir a música no tratamento do autismo pode facilitar o desenvolvimento social do indivíduo, ajudando-o a interagir¹. Outro estudo apresenta uma análise fenomenológica experimental que avaliou 8 mães de filhos no espectro do autismo, as quais participaram de um programa domiciliar de musicoterapia centrada na família por 16 semanas. As genitoras concluíram que obtiveram benefícios a longo prazo, incluindo não apenas a melhoria da socialização da criança, como também das relações sociais dentro da família e na qualidade de vida dos membros familiares após as sessões². Ademais, um estudo experimental randomizado chegou à conclusão que a música pode ser um auxílio terapêutico e ter um impacto no funcionamento social e na conectividade cerebral, podendo agir de forma benéfica para restaurar a conectividade alterada e as dificuldades sociais no autismo³. Considerações: Portanto, pode-se concluir que aderir à musicoterapia pode sim ter uma influência positiva no tratamento do TEA, trazendo diversos benefícios como melhora da concentração, da comunicação e da interação social, resultando em uma melhora da qualidade de vida da criança e dos familiares. Referências: [1] MÖSSLER, Karin e colab. The Therapeutic Relationship as Predictor of Change in Music Therapy with Young Children with Autism Spectrum Disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 49, n. 7, p. 2795–2809, 15 Jul 2019. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10803-017-3306-y>. Acesso em: 28 maio 2021. [2] THOMPSON, Grace A. Long-term perspectives of family quality of life following music therapy with young children on the autism spectrum: A phenomenological study. Journal of Music Therapy, v. 54, n. 4, p. 432–459, 1 Dez 2017. Disponível em: <https://academic.oup.com/jmt/article/54/4/432/4653727>. Acesso em: 28 maio 2021. [3] SHARDA, Megha e colab. Music improves social communication and auditory–motor connectivity in children with autism. Translational Psychiatry, v. 8, n. 1, p. 231, 1 Dez 2018. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/s41398-018-0287-3>. Acesso em: 28 maio