Última alteração: 2021-07-09
Resumo
Introdução: Os afro-americanos são o grupo étnico-racial mais afetado pelo HIV, com uma alta taxa de infecção, aproximadamente oito vezes mais do que as pessoas brancas (STEWART et al, 2018). O suporte social pode ser considerado um facilitador no processo de cuidado dessas pessoas, o apoio dado pelas igrejas é um exemplo. Nesse sentido, a determinação da saúde é feita com base em fatores físicos, mentais, sociais e espirituais. Atualmente, é notória a importância da abordagem da espiritualidade no processo terapêutico e segmento do cuidado dessas pessoas. Objetivos: O objetivo do estudo é analisar a influência da espiritualidade em pacientes afro-americanos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), quanto à adesão ao tratamento, a prevenção de novas infecções e disseminação de informações de saúde. Metodologia: O estudo é uma revisão bibliográfica com pesquisa realizada nas bases de dados Pubmed e Lilacs, utilizando os descritores em inglês “spirituality”, “HIV” e “african american”, incluindo textos completos disponíveis dos últimos 5 anos. Foram encontrados 31 artigos. Restaram 26 após exclusão dos duplicados. A partir da análise, 18 foram selecionados para a leitura na íntegra. Desenvolvimento: Segundo Poteat et al. (2019) foi averiguado, entre os portadores do vírus HIV afro-americanos, que no período de um ano, a adesão ao tratamento era melhor em pacientes com uma percepção positiva de religiosidade, comparados aos sem uma abordagem positiva em relação à religiosidade.
No que tange a prevenção, Williams et al. (2016), mostram que mulheres negras em grupos de risco que frequentam a igreja compartilham mais informações de saúde, atuando como fonte de informação em saúde e reduzindo o risco de HIV de sua rede social. Observou-se que as igrejas desempenham um papel importante na disseminação de informações sobre saúde.
Além disso, Stewart et al. (2017) apontam que, mesmo que muitos centros religiosos estejam focados na prevenção, ter uma rede social é fundamental para a manutenção da saúde. Os próprios centros religiosos poderiam se tornar esses espaços de suporte social complementando o suporte espiritual. Considerações: Os estudos mostram uma influência positiva da espiritualidade nos pacientes afro-americanos portadores de HIV no que tange a adesão ao tratamento e prevenção, além de apontarem os centros religiosos como focos de disseminação de informações de saúde sexual. O suporte social também se mostrou relevante para os portadores do vírus HIV, portanto estudos complementares avaliando melhor esses aspectos se fazem necessários.