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O PAPEL DA ESPIRITUALIDADE NA ADESÃO TERAPÊUTICA DE PACIENTES COM CÂNCER EM CUIDADOS PALIATIVOS
Camille Teles Ferreira de Almeida, Beatriz Santos da Paz, Maria Fernanda Passos Rocha Ramos, Raquel Viégas Martins Farias

Última alteração: 2021-07-07

Resumo


Introdução: A maneira como o paciente oncológico compreende o câncer  é intrinsecamente atrelada a sua subjetividade e percepção social, estando relacionado ao seu nível educacional, suas compreensões culturais, filosóficas, religiosas, sociais e psicológicas sobre o seu processo singular de adoecimento. Em determinados casos, o avanço inexorável da doença ou mesmo o diagnóstico tardio, torna impossível o emprego de medidas curativas e, do ponto de vista clínico, realiza-se o planejamento para o aumento da qualidade de vida do paciente e seus familiares através dos cuidados paliativos. Objetivos: Compreender a relevância da espiritualidade na adesão terapêutica dos pacientes oncológicos submetidos aos cuidados paliativos. Descrição metodológica: Realizou-se uma revisão narrativa da literatura utilizando como descritores: “Cuidados Paliativos”, “Espiritualidade”, “Oncologia” e “Cooperação e Adesão ao Tratamento”, nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PubMed. Adotou-se como critério de inclusão os artigos que tratavam sobre a temática principal em estudo, disponíveis de forma online, em língua portuguesa e com publicação entre 2010-2021. Resultados: A adesão do paciente aos cuidados paliativos poderá permitir um alívio da dor e dos sintomas estressantes, respeitando o paciente e seus desejos. Evita-se a obstinação terapêutica e reafirma a vida e a morte como um processo natural. Entretanto, a aceitação a esse tratamento pode ser dificultada ou facilitada a partir da compreensão individual do paciente sobre a sua doença, sendo intensamente influenciada pela forma como o enfermo compreende a espiritualidade. A espiritualidade e a religiosidade são fatores de extrema importância para o bem estar do ser humano, visto que são recursos que ofertam esperança e apoiam os pacientes e seus familiares no processo de enfrentamento do câncer¹. Sendo assim, ambas as dimensões podem se complementar, apesar de envolverem aspectos diferentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida, redução da ansiedade, diminuição da dor e cansaço, adoção de hábitos mais saudáveis e eliminação dos comportamentos de risco. Ademais, é capaz de gerar alento, esperança, uma visão mais positiva do enfrentamento à doença, contribuindo para que o paciente se motive a seguir o tratamento e o período de convalescença². Dessa forma, a espiritualidade torna-se aliada essencial junto aos profissionais de saúde no cuidado aos pacientes oncológicos como facilitadora no enfrentamento da doença, sendo necessário que os membros da equipe de saúde possuam uma visão holística e multidimensional, incorporando essas compreensões na sua relação com o paciente, favorecendo a adesão terapêutica e melhoria na sua qualidade de vida³. Considerações: A partir do estudo, foi observado a importância da espiritualidade em condições de vulnerabilidade como a dor e sofrimento vivenciados pelos pacientes oncológicos, principalmente nos cuidados paliativos, transmutando suas experiências e adesão do cuidado. Desse modo, mesmo sendo uma temática presente no cotidiano dos profissionais de saúde, ainda se aplica como um desafio para os mesmos tornando-se primordial novos estudos, atualizações e capacitações acerca do tema³.


Palavras-chave


Cuidados Paliativos. Espiritualidade. Oncologia. Cooperação e Adesão ao Tratamento.