Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS), é uma importante comorbidade no contexto de saúde brasileiro. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2018), quando há associação da HAS com outras condições de risco, como o tabagismo e histórico de doenças cardíacas, a possiblidade de lesão nos órgãos nobres é aumentada, podendo ser fatal. Diante disso, ergue-se a discussão sobre a importância das práticas integrativas e complementares (PICs) no cuidado de indivíduos hipertensos, como uma forma de auxiliar no controle dos sintomas que podem piorar o quadro. Objetivos: Identificar os benefícios das PICs sobre a sintomatologia de pacientes com Hipertensão arterial sistêmica, em especial, os aspectos psíquicos e emocionais Metodologia: Realizou-se a coleta de dados em 08 de maio de 2021, nas bases Google Acadêmico, PubMed e na biblioteca virtual SciELO, a partir dos descritores: Terapias Complementares; Saúde Mental; Hipertensão, e equivalentes em inglês, nos anos 2018-2021. Primeiramente foram encontrados 20 artigos. Desses, apenas 10 apresentaram coerência com o objetivo do trabalho, seguindo os critérios de inclusão: artigos em inglês e português que abordassem as PICs como complemento no tratamento da Hipertensão; e os de exclusão: artigos que detalhavam benefícios da PICs em outras patologias e artigos em outros idiomas. Desenvolvimento: As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) constituem-se de 29 práticas regulamentadas pelo Ministério da Saúde (MS), através da criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em 03 de maio de 2006, as quais foram a partir de então disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o MS, o tratamento com a medicina convencional aliado às PICs, é benéfico na prevenção e tratamento de diversas doenças, incluindo a hipertensão arterial sistêmica. A partir da implementação da PNPIC, diversos estudos envolvendo PIC como forma de intervenção, passaram a ser cada vez mais realizados e os resultados demostram que elas são eficazes para a recuperação e promoção da saúde. Um ensaio clínico randomizado envolvendo 2.107 pacientes, demostrou que a acupuntura quando somada a drogas anti-hipertensivas resulta em melhor redução da pressão arterial sistólica e diastólica, em comparação com o uso de drogas anti-hipertensivas sozinhas. Estudo de Cramer et al. (2018), com amostra de 75 pacientes, mostrou que o grupo de yoga sem posturas apresentou diminuição nos valores de PA, em comparação ao grupo com posturas de yoga e o grupo controle, demonstrando a influência dessa prática na diminuição da PA, além de ser acrescentado por Fernandes et al. (2021) que a Yoga também proporciona tranquilidade mental ao praticante, o que é benéfico ao paciente com HAS, no qual sintomas como: ansiedade, depressão, angústia e estresse, podem piorar o quadro. Outros estudos enfatizam a importância da fitoterapia, da acupuntura e da musicoterapia, consistindo em complementos válidos no cuidado de portadores de HAS. Considerações: Nota-se, que as PICs, se administradas de maneira adequada e individualizada, exercem efeitos positivos no cuidado complementar de indivíduos acometidos pela hipertensão, principalmente no aspecto psíquico e emocional.

Referências:

CHEN, H. et al. Efficacy and Safety of Acupuncture for Essential Hypertension: A Meta-Analysis. Med Sci Monit. v. 8, n. 24, p. 2946-2969, 2018.

CRAMER, H. et al. Yoga in Arterial Hypertension. Dtsch Arztebl Int. Dec. v. 14, n. 115(50), p. 833-839, 2018.

HOPKINS, A. L. et al. In the treatment of hypertension and hyperlipidemia: a comprehensive review of animal and human studies. Fitoterapia. Mar; n. 85, p. 84-94, 2013.