O estágio em Serviço Social é parte fundamental da formação profissional, processo em consonância com o movimento ético político, sócio histórico e teórico metodológico da realidade brasileira. A presente experiência de estágio supervisionado I e II foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) na região administrativa Fercal – DF, que se iniciou em agosto de 2021 e se encerrou em maio 2022. A supervisão de campo foi feita pela assistente social Mythsuer Monsueth Alves e supervisão acadêmica feita pela também assistente social Simone Rocha da Rocha Pires Monteiro, ambas ao longo de todo o período citado acima. O momento de aproximação da ação profissional enfrenta historicamente diversos desafios defendidos pela Política Nacional de Estágio (PNE). Entretanto, com o início da pandemia de Covid-19 os entraves para a construção de uma perspectiva interventiva em defesa dos interesses da classe trabalhadora se aprofundou. Assim, o estágio em campo foi feito de forma híbrida: atividades presenciais e remotas. E, devido ao Ensino Remoro Emergencial, a supervisão de estágio acadêmica foi feita de forma totalmente remota, com encontros semanais online. Criado no dia 23 de fevereiro de 2010, o CRAS Fercal, unidade em que foi realizada toda a experiência de campo do estágio I e II,  foi fundada na região administrativa Fercal por ser uma área de vulnerabilidade social. A comunidade assistida pela unidade referenciada enfrenta diversas expressões da questão social que se identificam como risco social. Entre elas: pobreza e extrema pobreza, insegurança de renda, insegurança alimentar, desemprego, trabalho informal, fragilidade ou inexistência de rede de apoio, alto índice de pessoas com deficiência, entre outros. Visto isso, o projeto de intervenção foi planejado a partir da grande demanda percebida em relação à violência contra a mulher, por grande parte dos atendimentos se referirem a famílias monoparentais femininas e contarem com intensos relatos. O projeto se constitui de oficina com presença de convidados da rede, como foi o caso da Delegada Jane Klebia parte da segurança pública e criou-se como instrumento de apoio cartilha com leis e informações diversas sobre o tema. Foi escolhido o formato de oficina por propiciar uma horizontalidade na troca, bem como melhor abertura para relatos de assistidos, especialistas e estagiária. A oficina contou com participação de 27 mulheres assistidas pelo CRAS Fercal que se dividiu com falas dos especialistas e estagiárias, café da manhã, oficina de beleza e encerramento com fala da delegada. A oficina tinha como objetivo proporcionar o momento de lazer às assistidas que investem todo seu tempo como donas de casa ou em diversos trabalhos e, também, muni-las das informações postas na cartilha como meio de ferramenta e apoio para intervenção das mesmas nas realidades diversas. Os resultados foram positivos tanto para equipe da unidade, quanto para assistidas. Por fim, apesar dos profundos desafios, a oportunidade de estágio se revelou bastante valorosa, tendo em vista reconhecimento da importância de uma competência profissional em acordo aos marcos societários do sistema capitalista e as expressões da questão social lidadas na realidade como profissional e ser social.