Portal de Conferências da UnB, III SEMIFRA

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Reflexões sobre os documentos oficiais da educação brasileira e o ensino de línguas no país
Camilla dos Santos Ferreira

Última alteração: 2018-04-17

Resumo


 

As decisões a respeito do ensino de línguas nas escolas possuem sempre um caráter político e podem refletir o desejo de valorização de uma língua em detrimento de outras. Em nosso país, desde 1996, a LDB assegurava não apenas o ensino de uma língua estrangeira, mas também a sua escolha pela comunidade escolar, o que tornava possível a coexistência de diferentes línguas na escola. Mesmo considerando a importância do inglês, os documentos oficiais publicados após a LDB, como é o caso dos PCN e das OCEM, reconheciam igualmente a importância do ensino de outras línguas. A partir de 2016, todavia, com a Reforma do Ensino Médio e com a alteração da LDB, esse cenário começa a se modificar, pois o ensino do inglês passará a ser obrigatório nas escolas. Tal mudança é reiterada pela BNCC, que tem apenas a língua inglesa como componente curricular. A obrigatoriedade do ensino da língua inglesa irá certamente influenciar diretamente na oferta de outras línguas nas escolas, o que inclui o ensino do francês. Propomo-nos nesse trabalho a refletir sobre as políticas linguísticas brasileiras em relação ao ensino de línguas, mais especificamente em relação às orientações e imposições relacionadas à escolha da língua a ser ensinada, e sobre os (possíveis) reflexos dessas ações na oferta e no ensino de línguas, sobretudo do francês, tanto nas escolas quanto nos cursos de licenciatura. Para tanto, examinaremos diferentes documentos e orientações oficiais que orientam as ações educativas nacionais relacionadas ao ensino de línguas para a Educação Básica.


Palavras-chave


Políticas linguísticas, ensino de línguas, língua francesa