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DESENVOLVER A EMPATIA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: RELATO DA VIVÊNCIA DA CEGUEIRA POR ESTUDANTES DE PRIMEIRO SEMESTRE DO CURSO DE MEDICINA
José Donato de Sousa Netto, Carolina Barbosa Carvalho do Carmo, Laura Olívia Tavares Souto, Fabiana Nunes de Carvalho Mariz, Cláudia Mendonça Magalhães Gomes Garcia, Osvaldo Sampaio Netto

Última alteração: 2018-04-21

Resumo


O Projeto Pedagógico do curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB), em sintonia com as Diretrizes Curriculares Nacionais em Medicina de 2014, incluiu no primeiro semestre do curso o tema da empatia como uma de suas prioridades. Tema esse consolidado em outros componentes curriculares ao longo do curso.

Assim, o objetivo desse trabalho é relatar a experiência dos acadêmicos de medicina da UCB na vivência da condição da cegueira, na intencionalidade do desenvolvimento da empatia. Para isso, foram formados 13 grupos com 03 estudantes do primeiro semestre. Durante a atividade utilizaram vendas nos olhos. Nos grupos, um estudante não enxergava e dois eram os guias. A orientação era para que andassem no campus, utilizando os serviços da Universidade - como lanchonete, estacionamento, elevador e biblioteca - e que se revezassem nos papéis.

Ao término da atividade, os estudantes narraram suas sensações. Esse momento, muito rico em reflexões do grupo, foi permeado por palavras como: “solidão”, “vulnerabilidade”, “dependência”, “desconforto”, “fragilidade”, “medo”. Ao mesmo tempo, em todos os relatos, foi possível perceber que a atividade mobilizou-os no sentido de perceber a importância deste “estar no lugar do outro” e de dar assistência àqueles que possuem uma condição diferenciada.

Em síntese, a empatia, definida como uma habilidade de comunicação, possui três componentes: cognitivo, capacidade de compreender os sentimentos e perspectivas do outro; afetivo, compaixão e simpatia pela outra pessoa e preocupação com seu bem-estar; e comportamental, transmissão do entendimento explícito do sentimento e da perspectiva do outro. Desta forma, mimetizar a situação da cegueira pode permitir ao futuro médico que desenvolva a habilidade de empatia. Atividades como esta serão desenvolvidas ao longo do curso na perspectiva da formação de um médico apto a promover a equidade no cuidado adequado e eficiente das pessoas com deficiência.


Referências


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