Last modified: 2018-12-14
Abstract
Inúmeras organizações não-governamentais (ONGs) atuam na Amazônia brasileira na mobilização de recursos para viabilizar novos modelos de produção agropecuária. Os principais esforços voltam-se à redução do desmatamento por meio da construção de projetos agro-florestais alternativos à pecuária extensiva. Este artigo analisa as estratégias de engajamento adotadas por estas organizações “produtoras do desenvolvimento sustentável”. A pesquisa foi realizada em Apuí, um dos municípios que encabeçam a lista de municípios prioritários no combate ao desmatamento. Os resultados demonstram uma mudança nas estratégias das ONGs, as quais passaram de um foco eminentemente conservacionista, que encontrou resistência junto aos agricultores, para ações que, ao longo do tempo, se ‘culturalizaram’ ao arranjo institucional local, bem como aos interesses materiais e existenciais dos atores locais – fatores que atrelam-se, de maneira constitutiva, ao êxito na produção de engajamento e, por consequência, na construção de processos de trabalho “sustentáveis”.