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Avaliação Clínico-Epidemiológica da Hanseníase no Município de Itaúba - Mato Grosso
Olivia Rosa Barreto Teotonio, Alan Senigalia, Camilla Morais Almeida Amorim, Jéssica Lima Caraúba dos Santos, Juliana Cristina da Silva Chinen, Patrick Fonseca Amadei Máximo, Luiz Henrique Gagliani

Última alteração: 2017-09-27

Resumo


Introdução: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, de importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu poder incapacitante. Uma de suas manifestações consiste no aparecimento de manchas dormentes, avermelhadas ou esbranquiçadas, em qualquer região do corpo, entretanto, outros sintomas podem estar associados. Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das existentes aumenta e podem chegar a comprometer os nervos e afetar a vida da pessoa acometida. A bactéria causadora da doença, Mycrobacterium Leprae é transmitida pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado, pois o início do tratamento interrompe a transmissão; contudo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não o desenvolvem. Objetivo: analisar o conhecimento e incidência da doença no município. Material e Método: O presente estudo realizou um levantamento bibliográfico para a caracterização da doença e seus aspectos, correlacionando com uma pesquisa de campo, realizada no município de Itaúba, que localiza-se no Estado do Mato Grosso, por meio da elaboração de questionários destinados a população e dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde. Os questionários aplicados foram semiestruturados e abordaram informações como: idade, gênero, escolaridade, faixa salarial, conhecimento sobre a doença, modo de transmissão e detalhamento do quadro clínico em casos de infecção prévia. Resultados: Com base nos 97 questionários respondidos por munícipes com idades entre 22 e 70 anos, sendo 76 do sexo feminino (78,3%) e 21 do sexo masculino (21,6%); respectivamente 83 participantes (85,5%) sabem o que é hanseníase e 14 (14,4%) não sabem, por conseguinte, foram obtidos os seguintes resultados: 53 (54,6%) sabem como a doença é transmitida, 44 (45,3%) não sabem e 1 (0,1%) não respondeu; 12 (12,3%) tem/tiveram hanseníase e 85 (87,6%) não tem/tiveram; 70 (72,1%) conhecem alguém que tem/teve hanseníase e 27 (27,8%) não conhecem alguém que tem/teve. Conclusão: Foi constatado que a maior parte da população não tem pleno conhecimento sobre a doença ou apresentam ideias errôneas sobre a transmissão; outro fato observado foi que, o quadro não tem influência educacional ou socioeconômica, além disso, a doença tem caráter endêmico, pois o Estado lidera os casos de hanseníase há 30 anos ultrapassando nove vezes o considerado aceitável pela OMS (2016), com incidência elevada no município, mas ainda assim, a população manifesta preconceito sobre o assunto.


Palavras-chave


Hanseníase; Epidemiologia; Lepra

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